domingo, 17 de junho de 2018

Tradição dos Fogos nos Festejos Juninos














Fotos: Marcelle Cristinne/ASN

Publicado originalmente no site ASN, em 16 de Junho de 2018 

Corpo de Bombeiros certificam barracas de fogos em Aracaju

Os municípios de São Cristóvão e Barra dos Coqueiros também receberam a certificação. 

Comerciantes aprovam a atuação do órgão e reforçam os cuidados com os clientes e consumidores

O Brasil é o segundo maior produtor de fogos de artifícios no mundo, perdendo apenas para a China. Desta forma, nem só de fogueiras e quitutes é marcado o período junino, principalmente no Nordeste. Uma das grandes tradições nesse período, os fogos de artifício com os mais variados estilos, sons e coloridos tornam as festas ainda mais animadas. Mas, para que a festa não acabe antes do tempo, alguns cuidados são essenciais na comercialização e no manuseio desses produtos.

O senhor Napoleão Pereira dos Santos comercializa fogos de artifício há 38 anos e sempre orienta seus clientes sobre a forma correta de como utilizá-los. “Eu sempre digo que tudo o que explico se transforma numa verdadeira aula. Mesmo que o cliente não me pergunte sobre como manusear os produtos que está levando, faço questão de orientar sobre como soltar, quais os cuidados e, principalmente, se ele estiver adquirindo fogos para crianças. É importante que os pais e adultos em geral tenham muito cuidado quando for orientar as crianças”.

Ainda de acordo com Napoleão, todos os comerciantes de fogos de artifício, antes mesmo de iniciar as vendas, devem se organizar para comercializar seus produtos. “Sempre procuramos o Corpo de Bombeiros para receber a certificação de segurança contra incêndio e pânico. Tudo deve respeitar as normas estabelecidas, desde o local onde nós nos instalamos até a forma como estocamos nossos produtos”, ressaltou.

A mesma prática tem Lucival Soares, que comercializa fogos há 32 anos. “Nós sempre tentamos informar nossos clientes sobre os cuidados na hora de soltar os fogos. Para alguns tipos, indicamos o uso de luvas e equipamentos de proteção. Também é importante que se tenha um espaço aberto para o uso dos fogos. Como as embalagens também informam, pedimos a eles que leiam e sigam as instruções”. Há cerca de 23 anos comercializando na região do bairro Coroa do Meio, Lucival afirma que as barracas funcionam de domingo a domingo o dia inteiro, tendo movimento mais intenso no final do dia.

São João Seguro

O Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe realizou, na semana passada, no auditório do quartel do CBMSE , um seminário que teve como tema “São João Seguro”. O objetivo foi discutir medidas de segurança contra incêndio e pânico envolvendo fogos de artifício. O evento contou com a participação de proprietários de barracas de fogos, profissionais e acadêmicos da área de engenharia, além de integrantes do Corpo de Bombeiros que atuam nas atividades de análise de projetos e vistorias.                    

O Capitão Marcos Lima, da Diretoria Técnica do CBMSE, explicou que, durante o seminário, foi apresentada a nova Instrução Técnica que entrará em vigor no dia 15 de julho. “Esse evento também teve como objetivo orientar sobre essa nova Instrução Técnica para que os comerciantes se adequem. É importante que se tenha conhecimento sobre a procedência desses fogos, porque, em alguns casos, eles são confeccionados de forma artesanal, sem qualquer tipo de certificação. E eles devem receber o selo do Inmetro, do Exército Brasileiro, já que os fogos de artifício são controlados pelo Exército. Mais segurança para quem compra e para quem comercializa esses produtos”, destacou o capitão.

“Existe um departamento dentro da Polícia Civil chamado DEFAE – Departamento de Fiscalização de Controle de Armas e Explosivos. A nova Instrução Técnica já exige a certificação para o comércio de fogos sem certificação, que deverá ser feita no departamento de fiscalização da Polícia Civil e apresentada junto ao Corpo de Bombeiros”, explicou o Capitão Marcos.

Certificação

Para que o comércio de fogos de artifício aconteça de forma legal e segura, os comerciantes devem respeitar algumas determinações que vão desde ao uso do espaço à quantidade de produtos estocados nas barracas. Segundo o Capitão Marcos, o CBMSE já vistoriou todas as barracas na capital, bem como nos municípios de São Cristóvão e Barra dos Coqueiros.

“Primeiramente, os comerciantes devem apresentar a autorização de uso do terreno, seja ele da prefeitura ou de propriedade particular. A partir disso, enviamos uma equipe ao local para verificar se foi realizada alguma construção, porque deve existir um distanciamento das edificações. Um número superior a cinco barracas, a distância deve ser de 150 metros das edificações e locais de concentração de público. Já com relação à área de cada barraca, não deve ultrapassar 15 metros quadrados, uma medida estabelecida que também está relacionada à quantidade de armazenamento dos fogos de artifício, que não pode ultrapassar 300 quilos”.

Para Lucival Soares, essa certificação facilita o trabalho dos comerciantes de fogos de artifício. “Considero essa ação do Corpo de Bombeiros muito importante porque ajuda a gente trabalhar melhor e do jeito correto. Nós também recebemos orientações importantes como as que foram passadas no seminário, e isso dá mais segurança ao nosso trabalho”, avaliou.

“Essa licença é muito importante para que nós tenhamos tranquilidade e segurança durante nosso trabalho. Defendo essas ações e fiscalizações porque isso ajuda também no nosso contato com os clientes. Não devemos apenas pensar no lucro. Ele é muito importante, mas só vai aumentar se o cliente sentir segurança no que está comprando”, declarou Napoleão Pereira.

Dicas de segurança

O senhor Manoel Batista de Oliveira trabalha com fogos de artifício há mais de 40 anos. “Comecei ainda em Simão Dias, onde nasci e trabalhei na fabricação. Depois, comecei a comercializar aqui em Aracaju. Temos muito cuidado com o que vendemos, para a nossa segurança e para a dos clientes”, enfatizou.

Soltar fogos de artifício nesse período junino já faz parte da vida de Wilson Santos desde a infância. Natural de Lagarto, o autônomo sempre procura os produtos nessa época do ano e fica atento à qualidade e modo de uso. “Sempre soltei e hoje compro também para meu filho e sobrinhos. Mas fico atento aos que são indicados para a idade deles e ajudo na hora de soltar. Quando não conheço, peço a orientação dos vendedores já que eles conhecem bem e podem indicar a forma mais segura”, afirmou.

O Capitão Marcos explica que cada produto tem uma forma de uso e é fundamental respeitá-las. “Todos os fogos possuem uma classificação que vai da Classe A a Classe D, que varia conforme a quantidade de pólvora existente nos fogos. Já que existe essa indicação na embalagem do produto, orientando sobre a faixa etária indicada, o ideal é respeitar as instruções de cada embalagem”, alerta.

Ainda segundo o capitão, vale ficar atento à data de validade e às informações do fabricante descritas nas embalagens. “O comerciante não pode vender fogos para menores de 18 anos que não estejam acompanhados dos pais ou responsáveis”, destaca. Confira aqui mais dicas do Corpo de Bombeiros no cuidado com os fogos de artifício.

Texto e imagens reproduzidos do site: agencia.se.gov.br

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