Máquinas trançadeiras que foram entregues
Maria José de Souza, presidente da Asderen
Katarina Aragão (à esquerda) e Kátia Bogéa ( à direita),
apresentando à máquina
Fotos: Portal Infonet
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 2 de outubro de 2018
Artesãs recebem máquinas que facilitam produção de renda
irlandesa
O Museu da Gente Sergipana foi cenário de um momento
importante para a cultura do estado: a entrega de dez máquinas trançadeiras
para produção do Iacê (um cordão achatado, sedoso e flexível que é
matéria-prima essencial para as rendeiras). Durante o evento, na tarde desta
terça-feira, 02, houve apresentações artísticas de grupos culturais dos
municípios de Divina Pastora e Laranjeiras. Logo em seguida, ocorreu um
cerimonial para entrega das máquinas.
Para a presidente da Associação para o Desenvolvimento da
Renda Irlandesa de Divina Pastora (Asderen), Maria José de Souza, o momento
celebra a independência no modo de fazer
o Iacê e, com isso, uma melhor qualidade no resultado das rendas. “Antes,
dependíamos de uma fábrica do Rio de Janeiro que fazia como e quando queria.
Não tínhamos autonomia nenhuma sobre nossa matéria-prima”, conta.
Com o empenho e atuação do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan), foi dado um passo importante para que as
rendeiras pudessem retomar a qualidade dos seus produtos. “Foi através da
salvaguarda do Iphan, que nós conseguimos as máquinas. Foi um trabalho de 10
anos. Agora nós detemos o poder de fazer o Iacê”, comemora.
Durante o cerimonial que antecedeu a entrega das máquinas, a
presidente nacional do Iphan, Kátia Bogéa, e a superintendente do Iphan-SE,
Katarina Aragão, relataram o o descaso da política em relação à cultura e a
renda irlandesa, que é considerada Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2009.
“Nós estamos às vésperas de uma eleição e eu me dei o trabalho de ler o
programa de governo de cada candidato. De todos, apenas quatro falavam
levemente sobre à cultura. Alguns propunham inclusive a extinção do Ministério
da Cultura (MinC). Nenhum falou sobre o patrimônio cultural brasileiro”,
lamenta Kátia Bogéa.
Para a superintendente do Iphan-SE, Katarina Aragão, o
trabalho ardoroso das mulheres artesãs alçou acultura sergipana ao grande
reconhecimento. “Essas mulheres levaram o estado de Sergipe, através do modo de
fazer renda, a ser reconhecido nacionalmente pela sua arte”, destaca.
O evento ainda contou com a reprodução de um vídeo
protagonizado por mulheres rendeiras que contavam como suas histórias se
entrelaçavam com o fazer da renda irlandesa.
Por João Paulo Schneider e Verlane Estácio
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
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