O Arquivo Público está recebendo investimentos
de R$ 900 mil, custeados pela
Centrais Elétricas de Sergipe (Celse)
Foto: Jorge Henrique/ASN
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 2 de outubro de 2018
Arquivo Público:obra prioriza acessibilidade e prevenção a
incêndio
As obras de recuperação do Arquivo Público de Sergipe,
espaço público de responsabilidade do governo do Estado, está em fase de
conclusão. Instalado num prédio de 1936, situado na Praça Fausto Cardoso, o
Arquivo Público está recebendo investimentos de R$ 900 mil, custeados pela
Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) e com acompanhamento técnico das
Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Infraestrutura (Seinfra).
Ao se instalar em Sergipe, o Governo e a Centrais Elétricas
celebraram Protocolo de Intenções para promover ações de preservação do
patrimônio cultural e histórico de espaços públicos que integram o meio
ambiente cultural do Estado de Sergipe. O Protocolo tem duração de cinco anos
e, através dele, a empresa assegurou fazer a reforma do Teatro Tobias Barreto,
da Biblioteca Pública Epifânio Dória e do Arquivo Público de Sergipe.
O Arquivo Público é uma instituição que está encarregada de
guardar, preservar e dar publicidade aos documentos produzidos pelo poder
executivo ao longo da sua história.
Segundo o diretor do Arquivo Público de Sergipe, Milton
Barbosa, a reforma demonstra a preocupação do governo do Estado com as gerações
futuras, no acesso à informação. “O Arquivo Público abriga toda a documentação
referente por exemplo, à educação. Então,
tudo que você imaginar sobre educação no estado de Sergipe, desde 1808
para cá, tem sido guardado dentro desse prédio”.
O Arquivo tem alimentado pesquisas, entre monografias de
conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado, dentro e fora
do estado, e até pesquisas de estudiosos de outros países.
“ A reforma irá contribuir para o melhor armazenamento do
acervo. Para se ter uma ideia, o Arquivo Público possui uma escritura de compra
e venda de uma propriedade rural de 1673.
Além disso, temos a coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada
na íntegra, do jurista Gumercindo Bessa, de documentos do poeta Freire Ribeiro
e do pesquisador e historiador Epifânio Dória, entre outros. Além de
digitalizado todo o diário oficial impresso em Sergipe, desde a primeira edição
em 1895, até o último circulado em formato impresso, em dezembro de 2012 ”,
revelou Milton Barbosa.
Ainda segundo o diretor do Arquivo Público, a reforma
possibilitará a preservação de um dos poucos prédios em Sergipe, que trazem
características arquitetônicas da Arte Déco. “O prédio do Arquivo Público traz
uma beleza arquitetônica antiga, além de dialogar com um todo um complexo
histórico do Centro de Aracaju, que
compõe a Praça Fausto Cardoso, o Palácio Museu Olímpio Campos, entre outros
prédios”, enfatizou.
Para o representante da Celse, engenheiro Fábio Pimentel, o
protocolo foi focado na preservação de prédios culturais como o Arquivo
Público, Biblioteca Pública e o Teatro Tobias Barreto. “Aqui, no Arquivo Público, estamos
trabalhando numa obra que é tombada. Então, a gente tem toda uma preocupação com
a arquitetura e acervo. Com isso, a gente percebe o papel social da própria
Celse na preservação da história e da continuidade cultural, através desse
protocolo. Existe um olhar, todo especial, para essas obras culturais. A
direção da Celse podia estar entregando outras coisas, mas justamente a parte
cultural foi o nosso foco”, ressaltou.
Acessibilidade e prevenção de Incêndios
A reforma prevê a recuperação da estrutura física do imóvel,
aquisição de máquinas e elevador, recuperação do auditório e pintura geral do
imóvel, entre as principais intervenções.
Para o engenheiro responsável pela obra, Ricardo Rocha, o
maior desafio tem sido adaptar o prédio às novas necessidades técnicas e
preservar as características históricas. “Por se tratar de um prédio tombado,
encaramos de cara um grande desafio. O Arquivo Público é um prédio muito
antigo, com inauguração em 1936. Então, muitas coisas que a gente encontrou
aqui, são de um método de construção do passado, que hoje não se constrói mais.
E nós tivemos que considerar essas características e adaptar aos novos padrões,
sem perder as características arquitetônicas. Fizemos a reforma de toda a
estrutura, da pintura, que estava muito desgastada. Refizemos a instalação
elétrica e hidráulica, já que não estava mais de acordo com as normas técnicas.
Além disso, tivemos outro desafio, que foi a questão da acessibilidade, um
ponto forte da nossa reforma”, explicou o engenheiro.
A obra priorizou as adequações referentes à acessibilidade
e, desta maneira, a obra traz a instalação do piso táctil, barras de proteção e
adequações dos banheiros e sirenes. A obra compreende também um elevador
plataforma, com capacidade de para um cadeirante e mais três acompanhantes.
Além disso, o auditório que é da década de 30, também está recebendo
acessibilidade, com plataforma de elevação para cadeirantes e cadeiras para
pessoas com obesidade.
“Do ponto de vista da acessibilidade, o projeto está tendo
toda uma preocupação para que ninguém seja discriminado na hora de acessar os
dados, que é dever do estado oferecer”, disse o diretor Milton Barbosa.
Outra característica importante na execução da reforma, foi
com relação ao sistema de prevenção a acidentes. “Como o prédio é antigo, ele
não estava adaptado à questão de prevenção de incêndio. Então, nós fizemos um
novo projeto durante a execução da obra e encaminhamos ao Corpo de Bombeiros
para aprovação. Com isso, o Arquivo atenderá a todas as normas de prevenção de
incêndio, com detectores de fumaça, hidrantes de passeio, sirenes, sensores de
alarmes e placas indicativas. Um projeto complexo, mas que atendeu todas as
normas exigidas sem prejudicar as características de tombamento do prédio”,
revelou o engenheiro Ricardo Rocha.
Sobre o Arquivo Público
O Arquivo Público de Sergipe (APES) tem sua origem na Seção
de Arquivo da Biblioteca Pública Provincial, criada em 1848. No Governo de
Mauricio Graccho Cardoso, em 1923, foi criado o Arquivo Público do Estado. Em
1926, o Arquivo volta à condição de Seção da Biblioteca Pública, mantendo-se
nesta situação até 1945. O imóvel que hoje abriga o Arquivo Público, o Palácio
Carvalho Neto, foi construído 1936 em estilo rococó, para abrigar a Biblioteca
Pública e a secção do Arquivo Público. Em 1947 o Arquivo Público muda-se para o
imóvel que hoje sedia a Escola do Legislativo (antiga Assembleia Legislativa).
A situação permaneceu até 1974, quando foi construído um novo prédio para a
Biblioteca Epifânio Dória, no bairro 13 de julho. A Biblioteca mudou-se e o
Arquivo Público passou a ocupar sozinho o Palácio Carvalho Neto.
Fonte: ascom ASN
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br
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