REGISTRO - Começou no sábado, 13, e segue neste domingo, 14, em
Laranjeiras, Sergipe, a festa Lambe-Sujos e Caboclinhos. O evento reúne todos
os anos milhares de pessoas de diversos Estados do País.
A programação deste domingo começou de madrugada, às 3h, com
a concentração em frente à casa do mestre do Lambe-Sujo, seguida de alvorada
pelas ruas da cidade. Às 9h30, aconteceu a formação e produção dos componentes
dos grupos, que foram pintados de negros e caboclos e seguiram para receber a
bênção do padre.
Às 11h, acontece a feijoada na casa do rei, seguido do
cortejo dos reis e participante dos grupos às 14h, o combate e roubo da rainha
na Quaresma, às 16h, tendo o encerramento da festa marcado para as 17h.
A Batalha
A tradicional Batalha dos Lambe-Sujos e Caboclinhos
Fotos: Arthur Leite
A tradicional Batalha dos Lambe-Sujos e Caboclinhos
representam as perseguições e combates entre negros e índios dominados pelos
senhores de engenhos no período do Brasil Colonial. O combate se baseia em um
acontecimento histórico, em que índios a mando dos capitães do mato dos
engenhos perseguem os negros escravos fugidos para serem aprisionados.
O combate dos grupos tem como principal tema, a luta dos
negros pela liberdade. A encenação do duelo entre os grupos consiste em um
episódio de destruição do quilombo feita pelos caboclos para capturar a rainha
que foi sequestrada pelos Lambe-Sujos. Ao final do combate os caboclinhos
conseguem resgatar a rainha e saem vitoriosos.
Este combate entre Lambe-Sujos e Caboclinhos é considerado a
maior manifestação de teatro espontâneo ao ar livre do Estado de Sergipe e de
todo o Brasil, visto como Patrimônio Nacional Cultural.
Formação dos grupos
Combate entre Lambe-Sujos e Caboclinhos é considerado
a
maior manifestação de teatro espontâneo
ao ar livre do Estado de Sergipe e de
todo o Brasil
Foto: Arthur Leite
O grupo dos Lambe-Sujos é formado por meninos e homens
totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de
cana-de-açúcar (cabaú) para ficar com a pele brilhosa. Eles usam shorts e um gorro
de flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de luta pela liberdade. Fazem
parte do grupo o rei, o príncipe, Pai Juá e Mãe Suzana, representando uma
escrava negra.
Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que
pintam o corpo de vermelho e usam indumentária indígena, a exemplo de enfeites
de penas, cocar e flechas nas mãos.
* Com informações da Prefeitura Municipal de Laranjeiras
Texto e imagens reproduzidos do site: evidencie-se.com
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