Bairro Dezoito do Forte, em Aracaju/SE.
18 do Forte se desenvolveu com doação de terrenos de
associação beneficente
É um dos bairros mais antigos da Capital e abriga a Base
Militar. 54 cidades de Sergipe têm população menor do que ele
Um bairro com muitas ladeiras e cheio de histórias para
contar. Ele era chamado de Joaquim Távora. Mas, seis anos após o 28° Batalhão
de Caçadores - 28° BC - do Exército Brasileiro ser transferido para o bairro,
veio o novo nome: 18 do Forte. Uma homenagem aos 18 oficiais que resistiram na
Base Militar de Copacabana, mas que foram alvejados durante a Primeira
Revolução Tenentista, em 1922, no Rio de Janeiro. Até 1943, O 28° BC ocupava as
instalações hoje desativadas do Hotel Pálace, à Praça General Valadão, no
Centro de Aracaju.
Além do quartel do 28° BC, o bairro, que fica localizado na
Zona Norte de Aracaju, abriga prédios antigos, como a Igreja de São Pio Décimo
e o Hospital da Polícia Militar. Segundo dados do último censo, realizado em
2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE -, o 18 do
Forte tem 22.251 moradores. Maior populacionalmente do que 54 municípios
sergipanos.
Luiz Gomes Ribeiro, militar reformado, serviu o Exército e
frequentou o 28° BC durante as décadas de 70 e 80. Hoje, aos 83 anos, recorda-se
dos tempos em que via um bairro pouco habitado. "Aqui, era um campo
aberto. Não tinha essas casas todas. Isso aqui era um terreno vago. Aí,
começaram a construir os imóveis e depois veio a praça", lembra.
O militar reformado diz que é um orgulho morar próximo ao
batalhão, local onde serviu à Pátria durante anos, e fala sobre a tranquilidade
que é viver na localidade. "Hoje, todo mundo quer vir morar aqui. Tem o
quartel e ele nos dá uma sensação de segurança maior", afirma.
DOAÇÃO
O aposentado Emanuel Dantas de Oliveira também é um morador
antigo. Ele revela que logo nos primeiros anos em que foi viver no bairro, não
havia água encanada e nem rede elétrica. "A população teve de protocolar
vários pedidos na Prefeitura naquela época", informa.
Emanuel Dantas relata, ainda, que muitas casas foram
construídas em terrenos doados pela Associação Aracajuana de Beneficência, que
administra o Hospital Santa Izabel, vizinho ao bairro, no Santo Antônio.
"A associação doou os terrenos para funcionários antigos do
hospital", acrescenta.
Segundo o administrador do Setor Patrimonial da Associação
Aracajuana de Beneficência, Jurandy Góis, o terreno doado é um legado da
Fazenda Nacional. Ele foi adquirido em 1915, através de Decreto Nacional,
sancionado pelo então presidente da República Wenceslau Braz.
O terreno compreende cinco Bairros: Santo Antônio, Cidade
Nova, Palestina, Industrial, além do 18 do Forte. O objetivo era que pessoas
que foram infectadas durante uma epidemia de tifo e tuberculose, na época,
fossem tratadas. Aos poucos, os terrenos - antes matas - foram se tornando
habitados. Ainda de acordo com o administrador, a associação passou a liberar
os lotes - não como afirma o senhor Luiz, para funcionários antigos -, mas para
a comunidade como um todo.
Décadas depois, muita diferença. Há muitas casas, prédios e
condomínios. O bairro cresceu. José Clodoaldo de Rezende, aposentado, mora em
um condomínio próximo ao 28° BC. Ele diz que quando foi para a região, vários
prédios já estavam erguidos.
"Quando eu vim morar aqui, o 18 do Forte já estava
bastante habitado. O que mudou é que pavimentaram algumas ruas", diz. O
aposentado destaca que o bairro, distante cerca de 5km do Centro da Capital,
tem algumas qualidades. "Com todos os cuidados, é um bom lugar de se
morar. Além disso, em dez minutos a pé, a gente chega ao Centro. É uma
vantagem!".
Cinform - Dados: IBGE 2010.
Fotos e texto reproduzidos do site:
cinform.com.br/historiadosbairros
cinform.com.br/historiadosbairros
Nenhum comentário:
Postar um comentário