quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bairro Dezoito do Forte, em Aracaju



Bairro Dezoito do Forte, em Aracaju/SE.

18 do Forte se desenvolveu com doação de terrenos de associação beneficente

É um dos bairros mais antigos da Capital e abriga a Base Militar. 54 cidades de Sergipe têm população menor do que ele

Um bairro com muitas ladeiras e cheio de histórias para contar. Ele era chamado de Joaquim Távora. Mas, seis anos após o 28° Batalhão de Caçadores - 28° BC - do Exército Brasileiro ser transferido para o bairro, veio o novo nome: 18 do Forte. Uma homenagem aos 18 oficiais que resistiram na Base Militar de Copacabana, mas que foram alvejados durante a Primeira Revolução Tenentista, em 1922, no Rio de Janeiro. Até 1943, O 28° BC ocupava as instalações hoje desativadas do Hotel Pálace, à Praça General Valadão, no Centro de Aracaju.

Além do quartel do 28° BC, o bairro, que fica localizado na Zona Norte de Aracaju, abriga prédios antigos, como a Igreja de São Pio Décimo e o Hospital da Polícia Militar. Segundo dados do último censo, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE -, o 18 do Forte tem 22.251 moradores. Maior populacionalmente do que 54 municípios sergipanos.

Luiz Gomes Ribeiro, militar reformado, serviu o Exército e frequentou o 28° BC durante as décadas de 70 e 80. Hoje, aos 83 anos, recorda-se dos tempos em que via um bairro pouco habitado. "Aqui, era um campo aberto. Não tinha essas casas todas. Isso aqui era um terreno vago. Aí, começaram a construir os imóveis e depois veio a praça", lembra.

O militar reformado diz que é um orgulho morar próximo ao batalhão, local onde serviu à Pátria durante anos, e fala sobre a tranquilidade que é viver na localidade. "Hoje, todo mundo quer vir morar aqui. Tem o quartel e ele nos dá uma sensação de segurança maior", afirma.

DOAÇÃO

O aposentado Emanuel Dantas de Oliveira também é um morador antigo. Ele revela que logo nos primeiros anos em que foi viver no bairro, não havia água encanada e nem rede elétrica. "A população teve de protocolar vários pedidos na Prefeitura naquela época", informa.

Emanuel Dantas relata, ainda, que muitas casas foram construídas em terrenos doados pela Associação Aracajuana de Beneficência, que administra o Hospital Santa Izabel, vizinho ao bairro, no Santo Antônio. "A associação doou os terrenos para funcionários antigos do hospital", acrescenta.

Segundo o administrador do Setor Patrimonial da Associação Aracajuana de Beneficência, Jurandy Góis, o terreno doado é um legado da Fazenda Nacional. Ele foi adquirido em 1915, através de Decreto Nacional, sancionado pelo então presidente da República Wenceslau Braz.

O terreno compreende cinco Bairros: Santo Antônio, Cidade Nova, Palestina, Industrial, além do 18 do Forte. O objetivo era que pessoas que foram infectadas durante uma epidemia de tifo e tuberculose, na época, fossem tratadas. Aos poucos, os terrenos - antes matas - foram se tornando habitados. Ainda de acordo com o administrador, a associação passou a liberar os lotes - não como afirma o senhor Luiz, para funcionários antigos -, mas para a comunidade como um todo.

Décadas depois, muita diferença. Há muitas casas, prédios e condomínios. O bairro cresceu. José Clodoaldo de Rezende, aposentado, mora em um condomínio próximo ao 28° BC. Ele diz que quando foi para a região, vários prédios já estavam erguidos.

"Quando eu vim morar aqui, o 18 do Forte já estava bastante habitado. O que mudou é que pavimentaram algumas ruas", diz. O aposentado destaca que o bairro, distante cerca de 5km do Centro da Capital, tem algumas qualidades. "Com todos os cuidados, é um bom lugar de se morar. Além disso, em dez minutos a pé, a gente chega ao Centro. É uma vantagem!".

Cinform - Dados: IBGE 2010.

Fotos e texto reproduzidos do site:
cinform.com.br/historiadosbairros

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