Publicado no Jornal do Dia, em 26/11/2012
IPHAN Assume área de Estação Ferroviária em Aracaju.
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Em 1913 chegou a Sergipe o trem. O objetivo era que o Estado
fizesse parte do plano de prolongamento do ramal de Timbó (atual cidade de Esplanada,
na Bahia), na linha que ligaria a Estação de São Francisco em Alagoinhas (BA) a
Sergipe.
De lá pra cá, muita coisa mudou, o trem deixou de fazer o
transporte de passageiros, agora apenas trabalha com cargas, surgiram os
ônibus, carros e motocicletas.
Com as mudanças, a linha férrea que era administrada pela
Companhia Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien foi transferida de mãos e
em 1935 quem assumiu a administração foi a V.F.F. Leste Brasileiro, e em 1975 a
Rede Ferroviária Federal S. A. Em 1996, mais uma vez, muda de direção e quem
assume o comando é a Companhia Ferrovia Centro Atlântico, que até hoje
administra a linha em Sergipe e em outros Estados, a exemplo de Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, entre outros.
Em Aracaju a antiga Estação de Trem estava localizada
próxima ao antigo cais do porto, na rua da Frente, nas imediações do mercado
municipal. O trem chegava à estação pela antiga avenida Artur Bernardes, atual
avenida Coelho e Campos, onde na década de 70, ainda era possível ver os
trilhos que restaram. Na década de 50 uma nova e moderna Estação foi inaugurada
na praça dos Expedicionários, no bairro Siqueira Campos, junto às oficinas da
Rede Ferroviária Federal. Com a mudança o itinerário foi mudado, chegando o
trem pela avenida Rio de Janeiro (atual avenida Augusto Franco) e seguindo pela
avenida São Paulo e vice-versa. Até hoje é possível ver os trilhos nesses
locais.
O prédio da estação também pode ser visto, está em ruinas,
as locomotivas empilhadas e corroídas pela ação do tempo. Tudo está desativado.
Os trilhos perderam sua legitima função. Serviam ao desenvolvimento social e
econômico do estado.
Segundo o diretor do sindicato dos Ferroviários, Jurandir
Almeida Lima, o funcionamento da linha em Sergipe é esporádico e por conta do
pouco uso, poucos são os funcionários no Estado, apenas 26. "No passado, a
rede ferroviária empregava 800 pessoas, hoje quase nada", relembra ele.
Mas o sonho de quem já viu os trens chegando e partindo é a revitalização do pátio,
e quem sabe até fazendo novamente o transporte de passageiros, já que em tempos
de sustentabilidade ambiental, o trem é menos poluente.
Transformação - O transporte de passageiros ainda pode
demorar a acontecer, mas o pátio ferroviário deve passar por transformações em
breve. Segundo o coordenador de Patrimônio Ferroviário, José Cavalcanti, a
Ferrovia Centro Atlântica já formalizou a cessão do prédio da estação
ferroviária em Aracaju para que se torne sede regional do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os 26 funcionários da Ferrovia Centro Atlântica que
trabalham perto da sede vão mudar para um prédio vizinho, que será restaurado
para esta finalidade. Ainda de acordo com José Cavalcanti o pátio possui uma
parte operacional e outra não operacional. Com a lei 11.483 que extinguiu a
Rede Ferroviária Federal S.A., os imóveis não operacionais passaram para a
Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento e a área
operacional foi destinada ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit), que permite a subutilização da concessionária FCA.
Para acontecer a restauração do espaço, um caminho ainda
deve ser trilhado, pois parcerias precisam ser formalizadas. O objetivo da
revitalização é a construção da Casa do Patrimônio, onde funcionará o Iphan e o
Centro Nacional de Arqueologia subaquática. É o conceito de cidade da cultura,
onde os parceiros ocupam os espaços. Um grande projeto de reestruturação orçado
em R$ 5 milhões. Toda a estação, seis galpões, o antigo local para manutenção
dos trens, a caixa d'água devem passar pela reforma, mas não existe data para
começar a obra.
"Lá estarão os funcionários do Instituto, além do local
se tornar mais um ponto turístico do Estado", relata José Cavalcanti. Ao
lado da linha férrea também há imóveis em péssimo estado de conservação, que
devem ser revitalizados.
Sobre a possibilidade da utilização da linha férrea no
transporte de passageiros, Cavalcanti diz que o potencial existe, mas o
objetivo da ação do Iphan não é esse. "Vemos potencial de ligação entre
Aracaju e São Cristovão, mas sobre esse assunto só instigamos o debate".
Foto e texto reproduzidos do site: jornaldodiase.com.br
No Brasil fala-se em VLT (veículo loeve de trilho) comum na Europa e em Maceió já tem, só q, a diesel. É projeto p,ra todas as capitais brasileira, mas, quando Aracaju for ter isso, todas as capitais já teve bem primeiro. A ferroviária em Aracaju foi inaugurada em 1912 e em 1958 ou 1978, já estava inaugurado o trajeto Recife a Cabo, funcionando até hj. Quanto o traçado da linha férrea é de traçado arcaico e isso poderá ser corrigido, começando ali no DETRAN até Rita Cacete e após o VLT.
ResponderExcluir