quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ismael Pereira, artífice do belo




Ismael Pereira, artífice do belo
por Mário Britto

Ismael Pereira Azevedo é pintor, ilustrador, cronista, chargista, cartunista e desenhista. Nascimento: 01 de outubro de 1940, em Capela/SE. Estudioso e conhecedor das obras dos grandes mestres da pintura mundial, sempre encontrou na família, sobretudo, em sua genitora Joana Pereira Azevedo, apoio para desenvolver a sua vocação artística. No início da década de 50, em busca de melhores oportunidades, Ismael se muda de sua cidade natal Capela para Aracaju. Lá permaneceu até os dezessete anos.

Em 1960, ingressou na Força Área Brasileira, servindo na Base Aérea de Salvador/BA, depois retornou para a Aracaju e, no início da década de sessenta, torna-se pequeno empresário, abrindo a primeira fábrica de letreiros luminosos em acrílico de Sergipe.

Em 1965, depois de trabalhar por quase dez anos como empresário, Ismael se muda para Arapiraca/AL, onde, paralela às suas atividades empresariais no ramo da publicidade, torna-se importante partícipe do movimento artístico e cultural de Alagoas, realizando exposições e salões de arte. Idealizou e ajudou a fundar a emissora de rádio, a Novo Nordeste-AM e a Câmara Júnior de Arapiraca, da qual fora o seu presidente. Estreia, em 1973, na vida pública, elegendo-se vereador na cidade de Arapiraca/AL por dez anos. Preside a Câmara Municipal daquela municipalidade e, em seguida, foi eleito deputado estadual pelo extinto MDB, ocupando uma cadeira no parlamento alagoano, durante doze anos consecutivos; na Assembleia Legislativa de Alagoas, fora Deputado Constituinte.

Tem o sergipano Jenner Augusto como um artista de referência e grande influência em razão do rico colorido e da lucidez temática do trabalho daquele grande mestre . Confessa-se, ainda, encantado com os muralistas mexicanos, em especial, David Alfaro Siqueiros, que teve a honra de conhecê-lo, em seu atelier, na cidade dele, em Guernavaca, quando esteve no México. Michelângelo, Rembrandt, Delacroix, Caravaggio, Rubens, Monet, Manet, Picasso e Van Gogh são outros artistas de sua admiração e registro de suas influências.

Em 1965, realiza a sua primeira exposição individual em Aracaju/SE, na Galeria de Arte Álvaro Santos, em 1965. Em Salvador/BA, faz a sua primeira exposição interestadual no foyer do Teatro Castro Alves e, em 1968, acontece a sua primeira exposição em Maceió/AL, na já extinta Galeria Arko's.

Em 2005 é agraciado com a Medalha Inácio Barbosa pelo Governo Municipal de Aracaju. Recebeu, em 2006, a Medalha do Mérito Parlamentar, outorgada pela Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe. É membro da Associação Internacional de Artes Plásticas-AIAP, com sede em Paris, da Academia Alagoana de Cultura, da Associação Alagoana de Imprensa; da Associação Sergipana de Imprensa e da Casa do Poeta de Sergipe.

Premiado artista, logrou, na categoria pintura, o primeiro lugar na I Mostra de Arte do Nordeste em Feira de Santana/BA e a medalha de ouro no I Salão Atalaia de Sergipe. Participou de várias edições do tradicional Festival de Artes de São Cristóvão/SE, dos Salões de Arte de Alagoas e dos Festivais de Verão de Marechal Deodoro/AL.

Com um amplo e rico currículo, vem realizando importantes e prestigiadas exposições individuais e coletivas, em diversas cidades do Brasil, entre elas: Aracaju/SE, Salvador/BA, Maceió e Arapiraca, ambas em Alagoas, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Governador Valadares/MG, Porto Alegre/RS, São Luís/MA e, em São Paulo, na capital e em Campinas. No exterior, realizou sua primeira mostra individual (internacional) na Cidade do México. Em 2007, participou da Feira Internacional de Artes de Lisboa. Suas obras estão espalhadas mundo afora, destacando-se: Holanda, França, Alemanha, Inglaterra, Panamá, Canadá, Espanha, Portugal, México, Estados Unidos, Argentina, Índia e Peru.

Em seu vasto universo pictórico, as mandalas tornaram a sua marca registrada, a criação passou a ser sinônimo do criador e o notabilizou. Místicas e enigmáticas, as mandalas sempre pautam por um primoroso desenho e possuem uma harmoniosa combinação cromática. São peças únicas, ricas em detalhes, perfeitas no desenho e plenas de simbologias. “A forma circular se repete, mas a mensagem alegórica é sempre nova, única”, esclarece o artista.

As peças de barro também são individualizadas, sem réplicas. Elas são paciente e cuidadosamente garimpadas em feiras de artesanato, em diversos torrões do Brasil ou são adquiridas diretamente das mãos de oleiros e artesãos. Possuem variados formatos e diversificados temas, podem ser: os bois-bumbás, galos, corujas, figuras do Guerreiro e do Reisado, anjos, santos, chaleiras, moringas, panelas, travessas, vasos, etc, mas para executar a pintura multidimensional de cada uma, o artista faz previamente um estudo meticuloso de todas as formas e ângulos, para, posteriormente, escolher as cores e os motivos.

Sua obra de extraordinário efeito alegórico e rara beleza goza de absoluta identidade iconográfica. Tanto os quadros quanto as cerâmicas, acusam-nos, no primeiro olhar, que estamos diante de uma obra de Ismael Pereira, esse artista multifacetado que sabe explorar, com o abundante talento que lhe é peculiar, todas as possibilidades que a tela em branco ou o barro nu pode oferecer-lhe. A pintura de Ismael Pereira, pois, não tem similar, é singular, é só dele, não sem razão afirmou o crítico italiano Mario Gelenni “Ismael lembra Ismael”.

Fotos e texto reproduzidos do site: pge.se.gov.br/index.php/cultural

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