quarta-feira, 24 de julho de 2013

Eurico Luiz dos Santos




Eurico Luiz dos Santos 
Por Mário Britto

Eurico Luiz dos Santos, pintor, escultor, cenógrafo e professor de pintura
Assinava Eurico Luiz

Nascimento: 20 de novembro de 1936, em Araçatuba/SP
Falecimento: 09 de dezembro de 2004, em Aracaju/SE

Paulista de nascimento, costumava dizer que era “baiano pelo coração e sergipano por adoção”. De origem humilde, foi alfabetizado em casa, pela mãe, mas aos seis anos de idade já falava corretamente o francês. Depois de se formar na Escola de Belas Artes, na Universidade Federal da Bahia, veio para Sergipe onde morou por mais de trinta anos, tendo como fiéis companheiros de morada, os seus muitos gatos.

Em Sergipe, construiu uma carreira sólida. Detalhista, crítico, inquieto e polêmico pela própria natureza, vivia em permanente estado de criação, pintava, desenhava, esculpia, criava cenários para espetáculos, realizava decoração para ambientes particulares e públicos. Como esmerado artífice, foi responsável por uma das restaurações do Palácio-Museu Olímpio Campos.

Em sua rica e diversificada iconografia, incluem-se temas como: paisagens remanescentes da mata atlântica, feiras, cenas nordestinas, casarios com telhados em relevo, igrejas, retratos, naturezas-mortas, madonas e imagens sacras.

Em 1964, criou uma de suas marcas icônicas: os Cabeças-Chatas, crianças desnutridas que denunciavam a miséria das periferias onde viviam. Já os “cajus”, outra referência marcante em sua iconografia, datam de sua chegada a Aracaju.

Eurico Luiz foi presidente da Associação dos Artistas Plásticos Sergipanos e fundador da Galeria de Arte e Ateliê Livre Eurico Luiz/Galeu, na década de 70. Participou ativamente das manifestações culturais da década de 80, fazendo cenários para espetáculos e decorações públicas. Na década de 90, recebeu o título de cidadão sergipano da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, outorga que muito o orgulhava. Foi presença marcante nos Festivais de Arte de São Cristóvão.

Em sua trajetória profissional, participou de diversas exposições, festivais e encontros culturais, expôs, individualmente, na Galeria Portal em São Paulo; na Galeria Macunaíma, no Rio de Janeiro; na Galeria Bazarte, em Salvador-BA, e na Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju-SE. Com igual brilho, expôs nos Estados Unidos: na Pensilvânia, em Nova Iorque e em Los Angeles, como também no Salão de Artistas Baianos, em Madri.

Realizou uma quantidade considerável de obras públicas e painéis, hoje espalhados pela cidade de Aracaju-SE, a exemplo do obelisco, em forma de caju, na ponte da Coroa do Meio; os painéis do Gonzagão, no bairro Augusto Franco; os murais do Parque dos Cajueiros. A sua obra mais representativa encontra-se no praça do iate Clube, em Aracaju/SE, ela é formada pelo boto, em homenagem ao legendário Zé peixe; pelo brasão de Aracaju e a pela imensa Arara ladeada por grandes cajus amarelos e vermelhos.

Mestre na utilização da técnica mista, usava cores fortes e exuberantes. Eurico se eternizou nos muitos monumentos feitos para Aracaju, suas obras, pioneiras intervenções urbanas, tornaram-se símbolos da cidade e referência turística. É quase impossível visitar Aracaju e não se deparar com uma delas.

Fotos e texto reproduzidos do site: pge.se.gov.br/index.php/cultural

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