Eurico Luiz dos Santos
Por Mário Britto
Eurico Luiz dos Santos, pintor, escultor, cenógrafo e
professor de pintura
Assinava Eurico Luiz
Nascimento: 20 de novembro de 1936, em Araçatuba/SP
Falecimento: 09 de dezembro de 2004, em Aracaju/SE
Paulista de nascimento, costumava dizer que era “baiano pelo
coração e sergipano por adoção”. De origem humilde, foi alfabetizado em casa,
pela mãe, mas aos seis anos de idade já falava corretamente o francês. Depois de
se formar na Escola de Belas Artes, na Universidade Federal da Bahia, veio para
Sergipe onde morou por mais de trinta anos, tendo como fiéis companheiros de
morada, os seus muitos gatos.
Em Sergipe, construiu uma carreira sólida. Detalhista,
crítico, inquieto e polêmico pela própria natureza, vivia em permanente estado
de criação, pintava, desenhava, esculpia, criava cenários para espetáculos,
realizava decoração para ambientes particulares e públicos. Como esmerado
artífice, foi responsável por uma das restaurações do Palácio-Museu Olímpio
Campos.
Em sua rica e diversificada iconografia, incluem-se temas
como: paisagens remanescentes da mata atlântica, feiras, cenas nordestinas,
casarios com telhados em relevo, igrejas, retratos, naturezas-mortas, madonas e
imagens sacras.
Em 1964, criou uma de suas marcas icônicas: os
Cabeças-Chatas, crianças desnutridas que denunciavam a miséria das periferias
onde viviam. Já os “cajus”, outra referência marcante em sua iconografia, datam
de sua chegada a Aracaju.
Eurico Luiz foi presidente da Associação dos Artistas
Plásticos Sergipanos e fundador da Galeria de Arte e Ateliê Livre Eurico
Luiz/Galeu, na década de 70. Participou ativamente das manifestações culturais
da década de 80, fazendo cenários para espetáculos e decorações públicas. Na
década de 90, recebeu o título de cidadão sergipano da Assembleia Legislativa
do Estado de Sergipe, outorga que muito o orgulhava. Foi presença marcante nos
Festivais de Arte de São Cristóvão.
Em sua trajetória profissional, participou de diversas
exposições, festivais e encontros culturais, expôs, individualmente, na Galeria
Portal em São Paulo; na Galeria Macunaíma, no Rio de Janeiro; na Galeria
Bazarte, em Salvador-BA, e na Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju-SE. Com
igual brilho, expôs nos Estados Unidos: na Pensilvânia, em Nova Iorque e em Los
Angeles, como também no Salão de Artistas Baianos, em Madri.
Realizou uma quantidade considerável de obras públicas e
painéis, hoje espalhados pela cidade de Aracaju-SE, a exemplo do obelisco, em
forma de caju, na ponte da Coroa do Meio; os painéis do Gonzagão, no bairro
Augusto Franco; os murais do Parque dos Cajueiros. A sua obra mais
representativa encontra-se no praça do iate Clube, em Aracaju/SE, ela é formada
pelo boto, em homenagem ao legendário Zé peixe; pelo brasão de Aracaju e a pela
imensa Arara ladeada por grandes cajus amarelos e vermelhos.
Mestre na utilização da técnica mista, usava cores fortes e
exuberantes. Eurico se eternizou nos muitos monumentos feitos para Aracaju,
suas obras, pioneiras intervenções urbanas, tornaram-se símbolos da cidade e
referência turística. É quase impossível visitar Aracaju e não se deparar com
uma delas.
Fotos e texto reproduzidos do site:
pge.se.gov.br/index.php/cultural
Grande artista e amigo
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