José Fernandes
Por Mário Britto.
José Fernandes Alves dos Santos é pintor, professor de artes
e produtor cultural. Nascimento: 19 de outubro de 1959, em Lagarto/SE. Em 1961,
órfão de pai, mudou-se com a mãe para Aracaju/SE. Entre as peladas e outras
brincadeiras de menino, rabiscar papel fez parte de sua infância. Pessoas,
plantas, aves e peixes inspiraram os seus primeiros desenhos. Aos nove anos,
recorda-se haver feito o seu primeiro quadro: um mendigo cansado com o
semblante triste. Satisfeito com o expressivo resultado, então decidiu que
seria artista.
Desde os 14 anos de idade, José Fernandes desenvolveu
atividades ligadas às artes. Em 1972, já estava produzindo e assinando suas
obras. Em 1976, depois de trabalhar por um curto período na Agência Nacional de
Notícias, como operador de telex, passou a viver do seu ofício de artista.
Nesse mesmo ano, participou de sua primeira exposição coletiva na Galeria de
Arte Álvaro Santos, em Aracaju/SE.
Em 1977, participou da Escolar/97, promovida por Pincéis
Tigre, em São Paulo/SP. Em 1978, teve brilhante participação no VII Festival de
Arte de São Cristóvão/SE; e, nesse mesmo ano, foi auxiliar de restauração do
Museu de Arte Sacra, através da Universidade Federal de Sergipe e da Empresa
Sergipana de Turismo. No início da década de 80 morou em Brasília. Em 1982,
voltou para Aracaju, mas a sua inquietude aliada ao temperamento forte e à
personalidade firme, não o permitiu fixar residência na capital sergipana. Rio
de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Recife e Salvador, entre outros rincões, são
endereços alternativos de suas moradas.
Florival Santos, J. Inácio, Jordão de Oliveira e,
principalmente, Jenner Augusto são os artistas que mais o influenciaram.
Admirador de vários deles, destaca como de sua preferência pessoal Picasso e o
pintor goiano Siron Franco, este, segundo ele “possuidor de imaginário e
linguagem fantásticos”.
As obras de José Fernandes estão presentes em várias
coleções particulares, entre elas a da Presidente Dilma Rousseff, Caetano
Veloso, Arlete Sales, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Tom Cavalcanti, Giliard,
Wando e Joana, bem como em museus, a exemplo do MAM, em São Paulo/SP e do MAB,
em Brasília/DF. No exterior estão, entre outros países, na Alemanha, no Japão e
nos Estados Unidos.
Em 1979, depois de haver realizado a sua primeira exposição
individual, na Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju/SE, José Fernandes vem
participando de inúmeras exposições em várias cidades brasileiras, como em
Aracaju/SE, em Salvador/BA, em Brasília/DF; no Rio de Janeiro/RJ; em São
Paulo/SP e, em Porto Alegre/RS, esta, em 1991, na Galeria Tina Zapolli, com
outros 22 artistas do Brasil, da Argentina e do Uruguai, ocasião em que o
jornal Zero Hora de Porto Alegre ressaltou que "A brasilidade, o lado
onírico na pintura, aparece no trabalho do sergipano José Fernandes."
Laureado artista, em 1978 recebeu a Medalha de Prata, no
Salão Atalaia, em Aracaju/SE e o Prêmio Medalha de Bronze, no Salão Norcon de
Artes Plásticas, com a pintura “Mocidade Perdida”, uma de suas prediletas. Em
1980, foi premiado com a Medalha de Bronze, pela participação no Salão Atalaia,
em Aracaju/SE. Em 1981, fundou o Arte Belle, em Brasília/DF, participou do 70º.
Salão da Fundação Cultural do Distrito Federal e do XX Salão de Artes Plásticas
da Aeronáutica, no Centro de Convenções de Brasília/DF, no qual foi agraciado
com o Prêmio de Aquisição, na categoria pintura a óleo.
Idealizou, em 1982, com Anselmo Rodrigues e Marinho Neto, o
Movimento das Artes, que alavancou o mercado de arte de Sergipe, em Aracaju/SE.
Em 1983, foi selecionado para representar Sergipe no Circuito Nordeste de Artes
Plásticas. Em 1987, lançou álbum de xilogravuras. Em 1988, é homenageado pela
Rede de Televisão Aperipê, de Aracaju/SE, com o documentário “Memória José
Fernandes”’.
No exterior, em 1990, participou de exposição coletiva na
Dodge House Gallery, em Rhode Island, Estados Unidos da América. Em 1991,
venceu o concurso de cartazes das Universidades Brasileiras e fundou a
Associação dos Artistas de Sergipe, de onde foi eleito Tesoureiro e depois
Presidente. Em 1993, foi premiado no Salão Bradesco, em Aracaju/SE. Em 1995,
foi nomeado diretor da Galeria de Arte Álvaro Santos.
Em 2000, idealizou e participou da coordenação do I Encontro
Cultural e Esportivo do Conjunto Inácio Barbosa, no bairro Inácio Barbosa, em
Aracaju/SE. Participou do catálogo “Rumos, Artes Plásticas Sergipe 2000”,
patrocinado pelo Banco do Estado de Sergipe. Em 2011, participou do projeto
Caju na Rua e, em 2003, idealizou o projeto Aracaju de Tototó.
Em 2013, foi tema do kit: “Traços de personalidade e cores
de sergipanidade”, da Gráfica e Editora J. Andrade. Quatro de suas obras, em
2013, foram reproduzidas em 12.000 latinhas colecionáveis, como brinde da
promoção do Dia das Mães do Shopping Jardins, em Aracaju/SE.
A iconografia de José Fernandes, formada por quadros, murais
e painéis, conjuga o real com onírico. Possuidor de estilo próprio, não segue
escolas ou regras estéticas. Sua arte dispensa assinatura, pois o seu traço
marcante e a sua inconfundível pincelada o denunciam ao primeiro olhar do
observador. Sua obra figurativa é fulcrada em temas regionais e norteada por
corpos e rostos femininos; feiras e mercados; pescadores e outros personagens
do cotidiano; cavalos, peixes, galos e, sobretudo, pombas, uma de suas marcas e
que o deixou conhecido como o artista das pombas. Para ele, a ave é “o símbolo
universal da paz, do amor, da harmonia e da fraternidade”.
Fotos e texto reproduzidos do site:
pge.se.gov.br/index.php/cultural
Nenhum comentário:
Postar um comentário