segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Cultivo da uva em Sergipe se expande para perímetro irrigado de Lagarto






Fotos: Gabriel Freitas

Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE. em 18 de Janeiro de 2020

Cultivo da uva em Sergipe se expande para perímetro irrigado de Lagarto

Aposta de irrigantes é inspirada no sucesso do perímetro da Cohidro em Canindé e tem base em experiência da Embrapa

Após experiências de sucesso em Sergipe, o cultivo da uva se expande para uma nova microrregião do Estado: o Centro-Sul. Com 90 dias de plantio das mudas, dois produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, já possuem 400 plantas, cada um com a área de 0,25 hectares. A aposta já havia dado certo anteriormente no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco (Alto Sertão Sergipano), com alcance de produção em nível comercial, servindo de matéria prima para vinhos fabricados no Estado. Ambos os pólos de irrigação são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, utilizando a transferência de tecnologia empregada pela Embrapa em sua unidade Semiárido, em Petrolina-PE.

Produtor do perímetro Piauí, Edezio Góes passou a cultivar a uva sob o acompanhamento da Cohidro na esperança de que a colheita, prevista para o próximo verão, seja farta e proveitosa. Em um lote de 2,3 hectares, o agricultor já cultivava mamão, pimentão e pinha e, mais recentemente, decidiu investir nas uvas. “Há alguns anos atrás, quando cheguei de São Paulo-SP, decidi plantar mamão. No começo foi difícil, mas hoje consigo tirar os frutos com tranquilidade. Agora resolvi inovar com as uvas, que por enquanto, ninguém tem. Estamos tentando e aos poucos vamos chegando lá”, confia o irrigante. Seu parreiral ainda tem o diferencial de contar com o plantio consorciado do pimentão, nas linhas formadas entre uma parreira e outra, reaproveitando a água e o adubo das videiras.

Formado por mudas trazidas diretamente de Petrolina, em Pernambuco, os parreirais de uvas está aos poucos tomando forma. Edezio relata que os dois dias na Embrapa Semiárido (PE) serviram de experiência para aprender como funciona melhor o plantio da fruta. “Antes de plantar, fomos até Petrolina e o técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, nos acompanhou. Visitamos alguns parreirais dos mais variados tipos, alguns em colheitas, outros em poda. E tudo isso nos deu um pouco de experiência”, disse. Além de transportar a água de irrigação aos 421 lotes do perímetro Piauí, a Cohidro presta assistência técnica agrícola – antes e depois de iniciada a lavoura – o que inclui assessorar o agricultor na hora de escolher novas culturas agrícolas e o incentivo à variação, diminuindo a incidência pragas, recompondo o solo e dinamizando os mercados com novos produtos.

O técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, acompanhou os dois produtores, interessados em investir na cultura da uva, à visita a Petrolina. Segundo ele, apesar do intercâmbio ter sido rápido, foi bastante produtivo. “Visitamos cinco produtores de uva e vimos desde o início do plantio até a formação da planta. Tivemos conhecimento de tudo referente a esse cultivo. Após esse processo, consideramos que a uva do tipo ‘BRS Vitória’ seria a melhor para plantar aqui nessa região, por ser mais vigorosa, além de mais resistente a algumas doenças”, avaliou. Atualmente, o sistema de irrigação adotado para o cultivo da uva está sendo o de gotejamento. “Pretendemos mudar para o modo microaspersão invertida, que será realizado por cima, para abranger todo o parreiral”, acrescenta o técnico agrícola.

A variedade ‘BRS Vitória’, escolhida pelo técnico e os agricultores, foi uma inovação testada primeiramente nos plantios do perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco. Os dois irrigantes de lá produziram suas próprias mudas de uvas em uma prática de campo promovida pela Embrapa, há cerca de um ano. Os irrigantes deste perímetro iniciaram suas produções com as variedades ‘Isabel’ e ‘BRS Violeta’, fornecidas pela Embrapa, no final de 2016. Na época, além das mudas, os produtores receberam os materiais para construir os parreirais, o sistema de irrigação, os suprimentos necessários para nutrir as videiras e a assistência técnica durante os dois anos de duração do convênio. Hoje, os agricultores continuaram a produção, buscando novos mercados e contando agora com os técnicos agrícolas da Cohidro para prestar a assistência necessária à plantação.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

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