Dona Nazinha é uma das integrantes do grupo.
Seu Diô garante: samba é saúde e alegria.
Fotos: Silvio Rocha.
Publicado originalmente no site da PMA, em 21/08/2017.
Samba de Coco do Mosqueiro integra programação do Festival
Brincantes
"Ai ai ai Indê, samba comigo que eu quero aprender. Ai
ai ai Indê, brinca comigo que eu quero aprender". As estrofes da cantiga ditam o ritmo do Samba
de Coco do Mosqueiro, dança de origem africana com influências indígenas e que
faz parte das raízes da cultura sergipana. À frente do grupo, um senhor de riso
fácil, o mestre Rosualdo da Conceição, ou simplesmente seu Diô, como é
popularmente conhecido.
O Samba de Coco do Mosqueiro é uma das atrações do ‘Festival
Brincantes' organizado pela Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural
Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento será realizado nos dias 22 e 23 deste
mês. Uma forma de homenagem a quem mantém viva essa tradição. "No que
depender do meu grupo, vai ser muito legal, porque a gente anima. Nossa
apresentação envolve todo mundo. Quem quiser brincar, é só entrar na roda e
sambar. Não precisa ter roupa específica", disse o mestre, empolgado, aos
68 anos de idade.
História
Seu Diô não se lembra quando surgiu o Samba de Coco no
Mosqueiro. A avó dele era quem cuidava
das festas do bairro e do grupo muito antes de ele nascer. Logo depois, o pai
assumiu e passou para ele a missão de manter a tradição. De lá para cá, são 48
anos. Atualmente, o grupo conta com 28 pessoas, com idade entre 10 e 78 anos. A
maioria dos brincantes é da família dele e mora na região.
"A geração das crianças é importante para que o grupo
nunca acabe. É o que a gente cultiva. O samba para mim é saúde, alegria e
emoção. Eu me sinto muito feliz quando estou sambando. Aliás, eu e todos os
componentes. Às vezes, a gente inventa uma apresentação aqui mesmo só para
sambar. O grupo é unido e muito tranquilo", contou.
No Samba de Coco a marcação é bem firme, feita através de
sapateados e das palmas. O ‘tirador de coco' puxa os versos, que são
respondidos em coro pelos outros participantes. Os versos são caracterizados
pela informalidade. "É muito bom. Quando escuto a pisada, já quero sambar.
E olhe que eu não sabia sambar, aprendi com minha prima faz um ano. Aqui, é só
coisa boa", disse a esposa de seu Diô, Niralda Maria, conhecida como dona
Nazinha.
Programação
O Festival ocorrerá nos dias 22 e 23 deste mês, no Centro
Cultural de Aracaju, na praça General Valadão. Os grupos folclóricos vão
percorrer algumas ruas do Centro, em cortejos festivos, e se apresentarão em
uma arena em frente ao Centro (antiga Alfândega). O evento também contará com
palestras, ações educativas, rodas de conversa, feirinha de cordéis, artesanato,
comidas típicas, exposições e exibições de curtas.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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