A Atração da “Casa de Noca”, na visão Naif da sergipana Ana
Denise.
Por Luduvice José *
Tenho acompanhado o traçar história com sua arte
sergipanamente universalizada, como tem bem feito a artista ANA DENISE,
salvaguardando memórias e lembranças ligadas umbilicalmente à vivencia popular,
em registros memoráveis que integram a história de Sergipe, em variadas facetas
numa diversidade de assuntos, digna de registro. Desta feita, deparo-me com uma
verdadeira “Casa de Noca” um Lupanar, um Cabaré, um Brega, uma Casa de
Tolerância, como se queira chamar algo tão brasileiramente genuíno, que muda de
denominação, mas não muda de objetivo. E a artista transpôs para a candura do
Naif, a força explícita de uma festa como denominam de boca cheia, fiéis
aficionados dos velhos tempos, que frequentavam regularmente o Beco dos Cocos e
a Avenida Otoniel Dória, onde pululavam a “casa das meninas”, com mais
destaque.
A artista sergipana ANA DENISE conseguiu cravar no
quadrilátero da tela, num naif policromicamente festivo, os ângulos feéricos
que retratam os bordéis de Aracaju de antanho, num revival que fielmente
retrata as razões de promover tanta atração popular, que alimentou essas casas
que fizeram época no Aracaju de outrora, com público cativo que buscava
distração na liberdade do que se ofertava, na razão direta das fantasias que
faziam o imaginário dos habituês, que mantinham uma fidelidade presencial até
quando estas “casas”, com seus locatários, se tornaram substituídas por algo
mais moderno, prático e mais seletivamente discreto. Com sua arte, ANA DENISE
oportuniza um memorável registro de algo tão popular e histórico, numa visão
que promove um reencontro do ontem com o hoje, perpetuando uma nesga de
história que foi destaque em nossa Aracaju, eternizada num naif sergípanamente
universal.
* jornalista e crítico.
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