Palco do Teatro Atheneu Sergipense. (Foto: SECULT).
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar o presente artigo.
Publicado originalmente no blog Ivan Valença/Infonet, em 19/05/2017.
SCAS comemora nesta os seus 66 anos.
Por Ivan Valença.
No início dos anos 60, o “Jornal do Brasil”, um dos mais
prestigiados do País e que circulava semanalmente com um suplemento literário
muito badalado, relatou um dialogo ouvido entre dois intelectuais num bistrô em
Paris. Eles falavam sobre o Brasil e, mais especificamente, sobre a SCAS
(Sociedade de Cultura Artística de Sergipe) e a importância de sua programação
para o desenvolvimento cultural do povo sergipano. Isso quer dizer que a
importância da SCAS já ultrapassava fronteiras e era discutida num barzinho
parisiense. Foi a glória para os sergipanos. A SCAS tinha o trabalho
reconhecido por dois músicos, integrantes de um quinteto que recentemente se
apresentara no Estado. A SCAS era, assim, internacional. Nos anos seguintes, a
SCAS desenvolveu uma série de projetos na área cênica (chegou a criar o TECA –
Teatro da Cultura Artística), no cenário musical e até cinematográfico (os
associados tinham uma programação semanal com filmes que não passavam
comercialmente nos cinemas).Eram os tempos de Felte Bezerra, José Carlos
Teixeira e João Costa que consagraram a SCAS como a mais importante entidade na
área cultural sergipana e que mudou a cara da Arte de Sergipe. A SCAS chegou a
ter, por esta época, algo em torno de mil associados que frequentavam as salas
onde os espetáculos eram exibidos: o Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe, o Theatro Atheneu Sergipense e os cinemas Vitória e Rio Branco. A
decadência da SCAS começa, porém nos anos 70, por conta do aumento do dólar-
como boa parte dos artistas estrangeiros eram pagos em moeda forte, ficou
impossível manter uma programação de alto nível como a apresentada até ali. Não
por culpa dos presidentes que se seguiram (João Augusto Gama da Silva; Luiz
Antônio Teixeira; Ricardo Nunes e prof. Jorge Carvalho - e de 2012 até agora
Isaac Enéas Galvão. Não à toa, a SCAS está chegando aos 66 anos de existência.
É precisamente este número redondo que vai ser comemorado hoje, sexta-feira,
com um coquetel na sede da entidade, no prédio da Cultura Artística, ali nas
esquinas da Rua São Cristovão com a Avenida Rio Branco.
***
HOMENAGENS -
Ex-presidentes, ex-diretores, agentes públicos ligados à cultura, bem como
profissionais e artistas de variados segmentos serão homenageados (ou pelo
menos lembrados) durante o coquetel que está marcado para começar as 17h. O
diretor da SCAS, Isaac Enéas Galvão fará uma apresentação destacando as
personalidades que fizeram parte dos 66 anos de vida da SCAS. Tudo bem que
você, jovem de hoje, não saiba nem sequer o que é a SCAS – mas no passado ela
era sinônimo de audácia, de ousadia, de presença constante junto ao público que
consumia Arte no Estado. Hoje também será lançado o blog da SCAS, ferramentas
de comunicação em rede sociais (fanpage, twitter, instagram), abertura da
galeria com a foto dos ex-presidentes, etc.
É de se esperar que a festa dos 66 anos da entidade seja um principio de
retomada para uma sociedade que ainda se ressente da falta de uma entidade como
a SCAS.
Então, é bater as taças desejando muitos anos de vida à
SCAS.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs/ivanvalenca
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