Foto reproduzida do blog: fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com.br
De: Adailton Andrade.
Trechos reproduzidos de publicação no site Jusbrasil.
Registro de Homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe,
ao centenário de Edelzio Vieira de Melo.
A Assembleia Legislativa de Sergipe realizou (...) sessão
especial em homenagem ao centenário de Edelzio Vieira de Melo (...). O
historiador sergipano Luiz Antônio Barreto foi o convidado da Casa para fazer
um relato da trajetória de vida deste que é considerado um dos homens públicos
mais importantes do Estado de Sergipe. Entre os presentes à sessão especial
estavam a viúva do homenageado, dona Mary Barreto, e os cinco filhos: Sérgio,
Geraldo, Gilza, Arminda e Sílvia. Além deles, estiveram presentes o historiador
Jorge Carvalho; o desembargador aposentado Artêmio Barreto; o historiador
alagoano Douglas Aprado Tenório; e o presidente da Associação Alagoana de
Imprensa, Laurentino Veiga.
Antes de começar o relato da história deste sergipano que
nasceu em Rosário do Catete, o historiador Luiz Antônio Barreto disse, no
início de sua explanação, que considera que a figura de Edelzio Vieira de Melo
tem sido injustiçada pelo esquecimento desde seu falecimento, em 1962. Edelzio
nasceu no engenho Catete Velho, filho do desembargador José Sotero Vieira de Melo
e Arminda Barreto de Melo, no contexto de uma área produtora de cana de açúcar,
de onde saíram grandes lideranças políticas, como Leandro Maciel, Luiz Garcia e
o próprio Edelzio. Rosário
pequeno deu a Sergipe os disputantes principais daquele período da redemocratização brasileira,
disse.
Edelzio Vieira de Melo estudou em Maruim, com a professora
Quitéria Rollemberg, município onde seu pai tinha residência. Estudou também em
Aracaju, com o professor Etélio Gouveia, considerado um dos intelectuais do magistério
nas primeiras décadas do século 20 e que foi a pessoa que o encaminhou para a
Escola Militar, no Rio de Janeiro. De lá seguiu para Salvador, onde cursou
Medicina, na Faculdade de Medicina da Bahia. Formou-se na turma de 1936 e veio
para Sergipe, onde exerceu a profissão na região de Capela. Estabelecia-se
então seu primeiro vínculo com a cidade onde encontraria sua futura esposa,
Mary Barreto.
Luiz Antônio Barreto revelou que, em Capela, Edelzio teve
três atividades importantes: foi médico, professor voluntário do Colégio
Imaculada Conceição e diretor do Grupo Escolar Coelho e Campos. Essas três atividades deram a ele uma
popularidade que o interventor Maynard captou e terminou por convidá-lo a ser prefeito de Capela na segunda interventoria, entre
os anos de 1941 e 1944, contou. À
frente da prefeitura, ele deu sequência ao
trabalho de médico e professor, convivendo com
os problemas da comunidade e dando algumas soluções.
Entre os vários melhoramentos que deu ao
município estão a
construção do mercado e da pista de pouso.
O historiador disse que acredita que foi a junção dessas
ações políticas, sociais e culturais em Capela que levou Edelzio Vieira de Melo
a se filiar ao Partido Social Democrático (PSD), em 1945. Tanto que em 1947, no
contexto do processo de redemocratização e constitucionalização do país,
Edelzio foi um dos eleitos para compor a Assembléia Constituinte estadual. Ele
assumiu as funções de secretário e coordenou os trabalhos dos constituintes,
juntamente com Marcos Ferreira de Jesus. Quando este foi nomeado pelo então
governador José Rollemberg Leite prefeito de Aracaju, Edelzio Vieira foi eleito
duas vezes presidente do Poder Legislativo estadual.
No Executivo.
Em 1950 que Edelzio Vieira de Melo foi eleito
vice-governador, como companheiro de chapa de Arnaldo Rollemberg Garcez, numa
campanha difícil. Com o resultado das eleições para governador sendo
contestado, Edelzio assumiu o posto de líder do Executivo no curto período de
17 de fevereiro a 12 de março de 1951, até que, recontados os votos, Arnaldo
tivesse a vitória confirmada e Edelzio continuasse como vice até 1955.
Como resultado de sua postura firme em assumir o governo
enquanto o resultado era decidido, o nome de Edelzio Vieira de Melo foi um dos
cogitados como possível candidato do PSD ao governo do Estado. No entanto ele
perde a eleição para Leandro Maciel. Mas não se abateu. Em 1962 ele se
candidata a deputado federal. Segundo o historiador Luiz Antônio Barreto, ele
faz uma campanha bonita, mas tem problemas, inclusive em Capela, e que de
alguma forma repercutiram tanto em sua eleição quanto em seu ânimo pessoal. As pessoas que o conheceram o viram muito deprimido com o
resultado da eleição de 1962, quando ele perdeu por
poucos votos para José Carlos Teixeira, o último a ser eleito, revelou.
De acordo com o historiador, aos 53 anos de idade, doutor
Edelzio Vieira de Melo encerra sua carreira de homem público, ao morrer de
arritmia cardíaca deixando, mais do que uma saudade na família, um exemplo de
cidadão ímpar, que em todas as atividades das quais participou deixou uma marca
indelével que, infelizmente, as gerações novas não conhecem e os que conhecem
está faltando um L na placa, disse
Luiz Antônio Barreto, referindo-se ao nome pelo
qual ele ficou conhecido: Edézio Vieira
de Melo. Quando se comemora o centenário dele, a
sugestão de Luiz Antônio
é que o nome da ilustre personalidade
sergipana fosse grafado corretamente em locais públicos que levam seu nome.
O historiador destacou a alegria de estar no Legislativo
estadual para evocar a figura de um dos seus mais importantes membros e
presidentes, além de um homem público deveras importante para o Estado. É bom
que o esquecimento não tenha passado de seu centenário, disse, ao agradecer a oportunidade...
Trechos de publicação reproduzidos do site: al-se.jusbrasil.com.br
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