Publicado originalmente no blog Folha da Cidade News, em 05/05/2012.
Uma educadora de luta: Profª Zizinha Guimarães
Por Carlos Alberto*
Zizinha Guimarães, como assim era conhecida, tinha como
origem o nome de Eufrozina Amélia Guimarães, que era filha de Manoel Ferreira
de Oliveira e Amélia da Silva Guimarães. Por falta de maiores detalhes data-se
ao seu nascimento aos 26 de dezembro do ano de 1872, nascida em Laranjeiras,
Estado de Sergipe, onde fizera seus estudos e freqüentou também o Colégio
Inglês sob a direção de Miss Ana Carol, de quem ela fala tecendo maiores
elogios.
Filha de uma família muito pobre, Zizinha Guimarães foi
nomeada professora pública estadual de um Decreto tornado público em agosto de
1896 para a cadeira de Bairro Victória, atual Rua Jackson de Figueiredo em
Laranjeiras, e que, posteriormente considerada “Cadeira de Cidade”, pela Lei nº
248 de 12 de novembro de 1897, transformando-se em “Cadeira de Ensino Misto”,
por Decreto sob nº 255 de 18 de janeiro de 1898, sediada na “Rua da Cacimba”,
onde hoje é a Rua Engenheiro Xavante.
Apesar de jovem, Zizinha Guimarães desempenhou sua função
com muita competência até 1902, quando assim fora demitida pelo seu Genitor por
questões pessoais e políticas.
No segundo semestre de 1904, reaparece Zizinha Guimarães
enfrentando situações de acusações e funda aí a Escola Laranjeirense aos 04 de
julho do mesmo ano.
Valendo-se do seu silencio a que se impôs, por verdadeira e
consagradora vitória transformando-se assim em educadora ciente e consciente,
por preceptora de três gerações seguidas. A sua personalidade, respeitada, era
acumuladas de várias encômias, principalmente por parte dos Mestres eméritos do
Magistério Sergipano como os educadores e professores José de Alencar Cardoso
(prof. Zezinho), Clodomir Silva e Artur Fortes. Abertos, de por em par, as
comportas do nosso afeto, buscam no turbilhão incessante da nossa memória,
passagens ciclópicas dessa mulher predestinada que, vivendo intensamente, deu
tudo de si pelo magistério que tanto lutou e o fez respeitado.
Há ainda, recordações de canções escolares que ao som de um
piano afiado cantavam nas festas cívicas e nas salas de aulas. Quando por
ocasião do estadista em pensamentos, ouviam a voz da consagrada cantora dar
novos acordes ao Hino Nacional e não furtaram em proclamar, alto e bom som, que
Zizinha Guimarães, quebrando éticas ou tábuas, ensinava cantar o mais belo Hino
do Mundo, quase que em forma declamatória, tanto quanto se esmerou aquele
artista do rádio e televisão.
Dia 1º de dezembro de 1964, às 18 horas, se afinava a Mestre
querida, deixando após si um vácuo enorme e ainda não preenchido.
Seu sepultamento verificou-se na ensolarada manhã de 2 de
dezembro, acompanhado o seu féretro por uma enorme multidão, executando a
Filarmônica Sagrado Coração de Jesus, pela primeira vez em Laranjeiras, músicos
de percussão em tão pungente cortejo.
O seu ataúde fora carregado por suas afilhadas em todo
percurso, descendo ao túmulo pelas mãos dos seus ex-alunos, todos doutores,
como do seu desejo e último pedido. Assim foi cumprido religiosamente
* Trabalho de Carlos Alberto – Quando aluno do 1º ano da
Escola Estadual Profª Zizinha Guimarães em 1999.
Texto e imagem reproduzidos do blog: folhadacidadenews.blogspot.com.br
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