Foto reproduzida do site: asmego.org.br
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.
Publicado originalmente no blog Luiz Eduardo Costa, em 2 de maio de 2013
Do Presidente Sambista ao Juiz Forrozeiro.
Por Luiz Eduardo Costa.
Devia ser lá pela década dos sessenta. O jornalista e
advogado Hugo Costa (nome sempre lembrado quando se fala em quem sabia
escrever) era editor chefe do Diário de Aracaju, e também juiz substituto da
Justiça do Trabalho. Ele gostava muito de música, era compositor, e com alguma
destreza dedilhava o violão. Hugo era amigo de Carlos Coqueijo Costa então presidente do Tribunal Regional do
Trabalho na Bahia, com quem fizera parceria numas noitadas boêmias. Escreveu então
um artigo no Diário de Aracaju
intitulado O Presidente Sambista.
Era uma homenagem à autoridade, que, sem a circunspeção meramente para efeito
externo de quem ocupa altos cargos,
especialmente na área judicial, participava de rodas de samba, e compunha
alguns com esmero. O jornalista e intelectual Odorico Tavares que dirigia os Diários Associados na Bahia e
Sergipe, resolveu replicar o artigo de Hugo no Diário de Noticias de Salvador.
Gostou muito do que lera e quis prestar uma homenagem a Carlos Coqueijo de quem
era também amigo. Naqueles tempos de ditadura, nos quarteis, militares policiavam o pensamento, e, vez
por outra, faziam incursões absurdas pelo campo da moral e dos bons costumes,
intrometendo-se na vida privada das pessoas. Parece que um estrelado na
Sexta Região Militar, sediada em
Salvador, considerou comprometedor para
Coqueijo Costa o artigo que Hugo fizera como homenagem. O Juiz presidente
sofreu alguns constrangimentos, e com isso ficou estremecida a relação de
amizade entre ele e Hugo , que, pouco depois, se afastaria da Justiça do
Trabalho.
O tempo é o melhor coveiro da hipocrisia, embora ainda
existam, rondando a modernidade, alguns abantesmas do que pior existia no
passado. É o caso, por exemplo, desse deputado Feliciano, o energúmeno.
O juiz Sérgio
Lucas onde jurisdiciona, deixa marcas da
boa autoridade, aquela, distante da arrogância, e isso o coloca a compor a fornada de jovens
que vão mantendo e atualizando as melhores tradições da magistratura sergipana.
Ele tem um talento inato para a música, e não o despreza. Já tivemos no
Tribunal de Justiça um grande instrumentista, principalmente sanfoneiro, que
foi o sempre lembrado desembargador Fernando Franco. Ele
sabia como ninguém animar uma festa, um forró.
Sérgio Lucas, que pilota motos, pratica esportes, e em Canindé organizou e treinou equipes de
voley, popularizando o jogo, destaca-se
também no tênis.
Agora, vai surgir como forrozeiro. Em maio lança seu
primeiro CD intitulado Buraqueiro- Forró Pós-Universitário. O buraqueiro é
alusão à sua terra, Porto da Folha,
espremida entre serranias. No momento em
que a música popular afunda na mediocridade, deixando a impressão de que música
e inteligência se tornaram incompatíveis, Sérgio Lucas reconstrói a
ligação que, na seara forrozeira,
construíram nomes como Luiz
Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Zé
Ketti e
outros de aproximado quilate.
Sérgio Lucas compõe, também canta, e fez parcerias com
gente do bom naipe sergipano da
musicalidade, como Sergival,
Rogério, Pedro Kelman, este, um
seteinstrumentista, e Rubens Lisboa. Entre as 13 faixas, todas com nítida diferença
da mixórdia que nos assola, destaque
para Mocambo dos Pretos. É junção
primorosa de forró e folclore, com participação do aboio de Zé Carlos da Linda
França e do Samba de Côco da Comunidade Quilombola do Mocambo.
Texto reproduzido do blog: luizeduardocosta.blogspot.com.br
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Festa do Vaqueiro (Sergio Lucas Part. especial Cidinha do
Aracaju)
Canal do YouTube de Sérgio Lucas.
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