segunda-feira, 15 de maio de 2017

Do Presidente Sambista ao Juiz Forrozeiro

Foto reproduzida do site: asmego.org.br
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado originalmente no blog Luiz Eduardo Costa, em 2 de maio de 2013

Do Presidente Sambista ao Juiz Forrozeiro. 
Por Luiz Eduardo Costa. 

Devia ser lá pela década dos sessenta. O jornalista e advogado Hugo Costa (nome sempre lembrado quando se fala em quem sabia escrever) era editor chefe do Diário de Aracaju, e também juiz substituto da Justiça do Trabalho. Ele gostava muito de música, era compositor, e com alguma destreza dedilhava o violão. Hugo era amigo de Carlos Coqueijo Costa   então presidente do Tribunal Regional do Trabalho na Bahia, com quem fizera parceria numas noitadas boêmias. Escreveu então um artigo no Diário de Aracaju  intitulado  O Presidente Sambista. Era uma homenagem à autoridade, que, sem a circunspeção meramente para efeito externo  de quem ocupa altos cargos, especialmente na área judicial, participava de rodas de samba, e compunha alguns com esmero. O jornalista e intelectual Odorico Tavares  que dirigia os Diários Associados na Bahia e Sergipe, resolveu replicar o artigo de Hugo no Diário de Noticias de Salvador. Gostou muito do que lera e quis prestar uma homenagem a Carlos Coqueijo de quem era também amigo. Naqueles tempos de ditadura, nos quarteis,   militares policiavam o pensamento, e, vez por outra, faziam incursões absurdas pelo campo da moral e dos bons costumes, intrometendo-se na vida privada das pessoas. Parece que um estrelado na Sexta  Região Militar, sediada em Salvador, considerou  comprometedor para Coqueijo Costa o artigo que Hugo fizera como homenagem. O Juiz presidente sofreu alguns constrangimentos, e com isso ficou estremecida a relação de amizade entre ele e Hugo , que, pouco depois, se afastaria da Justiça do Trabalho.

O tempo é o melhor coveiro da hipocrisia, embora ainda existam, rondando a modernidade, alguns abantesmas do que pior existia no passado. É o caso, por exemplo, desse deputado Feliciano, o energúmeno.

 O juiz Sérgio Lucas  onde jurisdiciona, deixa marcas da boa autoridade, aquela,   distante   da arrogância,  e isso o coloca a compor a fornada de jovens que vão mantendo e atualizando as melhores tradições da magistratura sergipana. Ele tem um talento inato para a música, e não o despreza. Já tivemos no Tribunal de Justiça um grande instrumentista, principalmente sanfoneiro, que foi o sempre lembrado desembargador Fernando Franco.  Ele   sabia como ninguém animar uma festa, um forró.

Sérgio Lucas, que pilota motos, pratica esportes,  e em Canindé organizou e treinou equipes de voley, popularizando o  jogo, destaca-se também no tênis.

Agora, vai surgir como forrozeiro. Em maio lança seu primeiro CD intitulado Buraqueiro- Forró Pós-Universitário. O buraqueiro é alusão à sua terra,  Porto da Folha, espremida entre serranias. No  momento em que a música popular afunda na mediocridade, deixando a impressão de que música e inteligência se tornaram incompatíveis, Sérgio Lucas reconstrói a ligação  que, na seara forrozeira, construíram  nomes como Luiz Gonzaga,  Dominguinhos, Sivuca, Zé Ketti  e  outros de aproximado quilate.

Sérgio Lucas compõe, também canta, e fez parcerias com gente  do bom naipe sergipano da musicalidade, como Sergival,  Rogério,  Pedro Kelman, este, um seteinstrumentista, e Rubens Lisboa. Entre as 13 faixas, todas com nítida diferença da mixórdia que nos assola, destaque  para Mocambo dos Pretos.  É junção primorosa de forró e folclore, com participação do aboio de Zé Carlos da Linda França e do Samba de Côco da Comunidade Quilombola do Mocambo.

Texto reproduzido do blog: luizeduardocosta.blogspot.com.br

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Festa do Vaqueiro (Sergio Lucas Part. especial Cidinha do Aracaju)
Canal do YouTube de Sérgio Lucas.

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