Serigy foi um líder indígena brasileiro que viveu no século
XVI na região do atual estado brasileiro de Sergipe. Lutou contra a colonização
portuguesa da região.
Etimologia.
"Serigy" é um termo tupi que significa "água
de siri", através da junção dos termos siri ("siri") e 'y
("água").
Biografia.
Seu povo vivia entre os atuais rios Vaza-barris e Sergipe. O
referido território, parte do atual estado de Sergipe, ficou sob domínio de
Serigy até a conquista portuguesa em 1590. Segundo a lenda, Serigy comandou seu
povo por cerca de trinta anos, tendo, em diversas oportunidades, rechaçado
tropas militares portuguesas na busca de fundar cidades e fixar caminhos
seguros até a foz do Rio São Francisco. Serigy, além de guerreiro, era líder
incontestável nesse espaço territorial sergipano.
Mantinha relações de trocas
de mercadorias com os piratas franceses, que forneciam armas de fogo a Serigy
com o intuito de impedir a ocupação portuguesa da região. E foi assim que o
cacique Serigy estruturou uma forte milícia indígena dentre os jovens
guerreiros de sua tribo, reforçando com outros guerreiros advindos do seu irmão
Siriry e Pacatuba (termo tupi que significa "ajuntamento de pacas",
através dos termos paka ("paca") e tyba ("ajuntamento")) [2],
sendo este último cacique a partir do hoje Rio Japaratuba. Supostamente esta
formação indígena continha uma população aproximada de cerca de 20 000 índios,
tendo uma linha deles 1 800 índios mobilizados e treinados para defesa
territorial contra os invasores portugueses. Havia, ainda, um segundo
agrupamento de guerreiros em constante treinamento visando a substituir os
mortos na linha de frente da batalha, contendo esse contingente cerca de mil
índios. Esses guerreiros eram escolhidos diretamente por Serigy e por seus
comandados dentre aqueles mais fortes e ágeis no manejo das flechas,
zarabatanas e armas de fogo.
Para derrotar Serigy, foi necessário Portugal formar uma
esquadra de guerra, comandada por Cristóvão de Barros, a mando do rei Filipe
II, que à época, comandava Portugal e Espanha. As tropas portuguesas
praticamente dizimaram quase toda a tribo, executando e prendendo milhares de
índios, porém os custos e as baixas portuguesas foram acentuadas. Segundo a
lenda, o próprio Cristóvão de Barros desejava evitar os confrontos sangrentos,
negociando com Serigy a permissão dele para a fundação de uma cidade portuguesa
às margens do Rio Sergipe, com a consequente colonização. Serigy teria
rejeitado o acordo porque, para ele, colonização significava escravização de
seu povo. Assim, em janeiro de 1590, após quase um mês de batalha desigual,
porém sangrenta, cessou a existência de uma tribo que realmente soubesse se
impor contra o colonizador português.
Texto e imagem reproduzidos do blog: geoadriane.blogspot.com.br
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