Monumento e Praça Olímpio Campos, onde se localiza
a Catedral Metropolitana de Aracaju.
Foto: Anna Guimarães.
Museu Palácio Olímpio Campos, localizado
na Praça Fausto Cardoso.
Foto: Lineu Lins.
Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 28 de julho de 2016.
Você sabe quem foi Olímpio Campos?
Olímpio de Sousa Campos, mais conhecido como Olímpio Campos, nasceu em Itabaianinha, no Centro Sul de Sergipe, em 26 de julho de 1853.
Por Osvaldo Ferreira Neto.
Senta que lá vem história, e das boas. Olímpio de Sousa
Campos, mais conhecido como Olímpio Campos nasceu em Itabaianinha, no Centro
Sul de Sergipe, em 26 de julho de 1853. Filho do Coronel José Vicente de Sousa
e dona Porphíria Maria de Sousa Campos, começou seus estudos em Estância e
Lagarto, onde estudou latim. Em Recife (1866-1868) fez os primeiros
preparativos para a carreira eclesiástica, completando o curso de ciências
eclesiástica na Bahia (1870-1873) e não recebeu as ordens de presbítero somente
em 22 de setembro de 1877, quando completou a idade canônica, do Arcebispo de
São Salvador da Bahia, Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo.
Neste mesmo ano começou a desempenhar os encargos paroquiais
como coadjutor do vigário de Itabaianinha, vindo a ser em seguida vigário da
freguesia de São Francisco de Assis da Chapada (atual Cristinápolis),
transferindo-se em 1880 para a freguesia da capital do estado, onde exerceu a
jurisdição paroquial até o fim do ano de 1900 sendo cônego da Matriz de Nossa
Senhora da Conceição (atual Catedral Metropolitana), ano em que se exonerou
para mais livremente agir em uma esfera de ação mais ampla, e mais acomodada às
suas tendências políticas.
Alistado num dos partidos políticos da monarquia, contando
com o apoio da própria família, bem como da ajuda dos amigos, alcançou as mais
elevadas posições entre os correligionários, que o elegeram deputado provincial
para as legislaturas de 1882, 1883 1884 e deputado geral para as 19ª e 20ª
legislaturas de 1885 e 1886 – 1889. Olímpio Campos destacou-se na luta pelo
retorno da educação religiosa nas escolas públicas sergipanas, suprimida pelo
presidente provincial de Sergipe, Herculano Marques Inglês de Sousa.
Com o advento da queda da monarquia foi consultado pelo
então presidente da província, Tomás Rodrigues da Cruz, e aconselhou-o a reagir
pacificamente aos acontecimentos, o que lhe valeu os aplausos dos republicanos
mais exaltados, como Fausto Cardoso.
Aproximou-se do novo regime e foi indicado pelo presidente
estadual Felisbelo Freire (1889-1890) para presidir o Conselho da Intendência
de Aracaju, cargo equivalente ao de prefeito da cidade. Com a nova ordem de
coisas decorrentes da adoção da forma republicana, em substituição ao regime
monárquico, foi eleito deputado constituinte do Estado.
Em 1890, organizou o Partido Católico Sergipense, resultado
das agremiações políticas existentes no Rio de Janeiro e na Bahia, surgidas
para lutar contra o decreto do governo provisório da República referente à
inelegibilidade do clero. O PCS foi de efêmera duração, diga de passagem.
Depois ajudou a reestruturar o velho provincial Partido Conservador, grupo
conhecido de os “Cabaus” que era formado por sua maioria de senhores de
engenhos – daí vem à expressão Cabau, calda grossa de cana-de-açúcar dos
engenhos. Porém o PC não era só formado pela nobreza da cana, mas também por
monarquistas, conservadores, religiosos e latifundiários do agreste e sertão.
Olímpio Campos se tornou o maior líder dos Cabus.
Olímpio Campos foi um dos responsáveis pelo acordo entre
republicanos e “adesistas” – denominação dada aos antigos membros do Partido
Conservador do Império que continuaram a ter presença política na República -,
que levou José Calazans à presidência de Sergipe em 18 de maio de 1892.
Durante a crise política que marcou, em 1894, o final do
governo de José Calasans, derrubado pouco antes do término do mandato pelos
partidários do recém-eleito Manuel Valadão, que queriam acabar com a influência
dos “adesistas” na política estadual, destacou-se como um dos maiores
resistentes “cabaus”, que foram para Rosário do Catete, região canavieira no
interior de Sergipe, defender a legalidade contra os “pebas” do Partido Popular
Sergipense de Aracaju, que, à revelia da lei, entregaram interinamente o poder
ao presidente da Assembleia Legislativa João Vieira Leite.
Eleito Deputado Federal, participou da bancada sergipana
entre 1894 e 1899, em duas legislaturas consecutivas. Fundador e líder do
Partido Republicano Sergipense (PRS), apoiado pelo presidente Campos Sales
(1898-1902), Olímpio Campos consolidou o modelo de dominação oligárquica que
iria perdurar mesmo após a sua morte, encerrando-se apenas depois do governo de
José Rodrigues da Costa Dória (1908-1911).
De 1899 a 1902 foi presidente do Estado de Sergipe e após
senador, de 1903 a 1906. O sucessor indicado por Olímpio Campos foi Josino de
Meneses, antigo participante do movimento republicano e seu secretário-geral de
governo. Josino de Meneses foi eleito para presidente com facilidade, tomando
posse em 24 de outubro de 1902, e Olímpio Campos seguiu para o Senado.
A sucessão de 1905 manteve o predomínio do olimpismo em
Sergipe. Em chapa única, Guilherme de Sousa Campos, irmão de Olímpio Campos,
foi eleito com 6.154 votos. Por outro lado, a oposição crescia e obtinha as
primeiras vitórias. Foi o que aconteceu no caso da impugnação da candidatura de
Josino Meneses ao Senado.
Empossado em 24 de outubro de 1905, logo nos primeiros
meses, Guilherme Campos recebeu muitas críticas da imprensa local. Essa
movimentação levou o deputado Fausto Cardoso a deixar a capital federal e
voltar a Sergipe com o objetivo claro de conter a continuidade do olimpismo,
contribuindo para a fundação do Partido Progressista (PP).
Em agosto de 1906, os progressistas “pebas” levaram adiante
uma revolta armada, que derrubou o governo olimpista de Guilherme Campos por 18
dias. Chamada à intervenção federal do presidente Rodrigues Alves, na retomada
do Palácio do Governo a resistência do advogado Fausto Cardoso levou-o à morte
no dia 28 de agosto 1906 no Palácio. Em decorrência do incidente, em 9 de
novembro de 1906, Olímpio Campos foi assassinado com 11 tiros e duas facadas
pelos filhos de Fausto Cardoso na praça XV de Novembro, na capital da
República, Rio de Janeiro. Olímpio Campos foi sepultado na Catedral
Metropolitana de Aracaju, na época ainda a Matriz de Nossa da Conceição, pois
não havia ainda Diocese de Aracaju .
Em 1916, o presidente estadual Manuel Valadão inaugurou em
Aracaju o monumento e a Praça Olímpio Campos, onde se localiza a Catedral
Metropolitana de Aracaju, que por sinal recebeu esse nome através do decreto
lei numero 24 de setembro de 1916, assinado pelo intendente municipal doutor
Alexandre de Oliveira Freire, o que seria hoje prefeito de Aracaju. Em 15 de março
de 1950 no governo de José Rollemberg Leite foi criado o Grupo Escolar
Monsenhor Olímpio Campos pelo Decreto Governamental de Nº 179/50 pelo Conselho
Estadual de Educação. Em 21 de fevereiro de 2008 de acordo com a Resolução Nº
127/CCE a Escola de 1º Grau Monsenhor “Olímpio Campos” passou a se chamar
Colégio Estadual Monsenhor “Olímpio Campos” devido à implantação do Ensino
Médio no ano de 2006. Somente em 12 de julho de 1954, através da Lei nº 575, no
governo de Arnaldo Garcez, o Palácio do Governo foi denominado Palácio Olímpio
Campos, pois o governador Arnaldo Garcez queria fazer uma homenagem ao político
que ele tinha simpatia.
Texto e imagens reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
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