A fruta.
A mangaba (Hancornia speciosa) é uma fruta nativa de sabor
marcante, cuja árvore é símbolo de Sergipe. É cantada em verso e prosa e
apreciada por muitos no Norte e Nordeste, e encanta pelas delícias que se pode
obter com sua polpa – geleia, licor, sorvete e suco, que nos deixa com um
memorável visgo nos lábios após bebermos.
A mangabeira tem ocorrência nos estados do Cerrado, Caatinga
e litoral nordestino, podendo alcançar até 10 metros de altura, com tronco
áspero, ramos lisos, avermelhados, com látex branco abundante. Suas folhas são
opostas e simples. Suas belas flores alvas e saborosos frutos conferem valor
ornamental à espécie, ideal para a arborização urbana e rural.
O fato de apresentar propriedades nutritivas mais elevadas e
sabor mais marcante apenas quando cai do pé (chama-se popularmente como
"mangaba de caída"), madura, confere-lhe um grande simbolismo e um
status de iguaria pelos seus apreciadores.
Mas o outro lado dessa história não é tão belo e poético
assim. Para a mangaba chegar aos consumidores, precisa ser colhida, e a
realidade de quem colhe não é tão passível de celebração. As comunidades
tradicionais extrativistas, na sua maioria formadas por mulheres de baixa renda
e pouca escolaridade – autodenominadas catadoras, enfrentam grandes barreiras
ao modo de vida que garante o seu sustento.
Uma situação crescente de destruição dos recursos naturais,
intensificação das indústrias imobiliária e do turismo, avanço de monoculturas,
como a cana, privatização das áreas e impedimento do acesso às plantas em
locais anteriormente de entrada livre são os maiores obstáculos.
Fonte: Embrapa.
Texto reproduzido do site: ruralcentro.uol.com.br
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