sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Finados > Sergipanos homenageiam entes queridos

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 02/11/2018

Finados > Sergipanos homenageiam entes queridos

Morte não é o fim, é o começo de uma nova vida junto a Deus, destaca padre Peixoto

Hoje, dia 2 de novembro, é celebrado em todo o país o Dia de Finados, data em que as famílias prestam homenagens aos seus entes queridos que já faleceram. Em Sergipe a preparação para a data já começou na quinta-feira (1º) com a limpeza dos túmulos nos cemitérios do estado. Nos cemitérios Santa Izabel e São João Batista, a limpeza do local foi intensificada e o fluxo de pessoas reformando os túmulos e jazigos já era grande.

O Dia de Finados tem origem na Igreja Católica que, desde o século II, mantém a tradição de visitar os túmulos para rezar aos fiéis falecidos. Mais tarde, no século V, os católicos já dedicavam um dia do ano para essa atividade.

De acordo com o padre Peixoto, pároco da Catedral Metropolitana de Aracaju, a Igreja Católica comemora essa data por causa da morte e ressurreição de Jesus Cristo, fazendo alusão ao processo que todos os viventes vão passar. Ele explica que a morte não é o fim, é o começo de uma nova vida junto de Deus.


“Muitos têm uma ideia de que quando uma pessoa morre, ela está longe de Deus e quando está vivo, está perto Dele. Mas em Jesus Cristo, na Bíblia, há uma diferença. A morte ganhou outra dimensão. Mesmo quem morre, em Cristo continua vivo, pois Ele disse: ainda que morram, viverão comigo”, disse padre Peixoto.

Como o Dia de Finados tem um significado para os católicos, muitos aproveitaram o dia de ontem para ir até os túmulos dos parentes. Algumas dessas pessoas foram José Lima e a mãe, Silvina Isabel, que cumprem há 18 anos o ritual de visitar o túmulo do pai e esposo, respectivamente. A limpeza do local geralmente é realizada por eles, mas como nesse período muitas pessoas aproveitam para trabalhar lavando os jazigos, eles resolveram pagar para realizarem o serviço. “A gente sempre vem limpar o túmulo do meu pai, quem faz esse serviço é a gente. Mas como tinha esse pessoal aqui, a gente resolveu pagar”, disse.

Para Maria Isabel, a visita ao sepulcro do esposo é uma maneira de manter viva a lembrança do ente querido. “Acho muito importante porque preserva a memória deles e nos ajuda a matar a saudade, conversar com eles, estar um pouco mais perto dos que já se foram”, afirma. 

Para Maria Edna de Oliveira, a filha Flávia Oliveira e a neta Bruna Karoline, este é o primeiro dia de visita ao cemitério no Dia de Finados. É que o esposo de Maria faleceu há pouco tempo. “Este é o nosso primeiro ano visitando o túmulo do meu esposo, ele faleceu há cerca de quatro meses. Eu já tinha essa tradição de visitar os túmulos dos meus pais que estão enterrados no interior, mas este ano, infelizmente, estou tendo que visitar o túmulo do meu esposo”, lamentou.

O desempregado Cristiano Valério, 27 anos, aproveita a época para fazer ‘bico’ como lavador de jazigos. Segundo ele, dá para lavar cerca de 10 por dia. “Esse ano está bom, está dando para lavar cerca de 10 jazigos. Se tiver disposição dá para lavar até mais. Dá trabalho, mas dá para ganhar um dinheirinho”, comemora o rapaz revelando que cobra em torno de R$ 10 a R$ 20 pelo serviço a depender do tamanho da sepultura.

No cemitério São João Batista, dezenas de pessoas também esperavam clientes que quisessem lavar os túmulos dos entes. Mas, segundo Júnior Jesus Wellington, este ano a concorrência estava grande, inclusive com a presença de menores de idade no local. “Tem muito menor lavando os túmulos, a concorrência está grande”, contou o rapaz informando ainda que cobra de R$ 20 a R$ 40 pelo serviço.

As amigas Brenda Mirele e Camila também estavam juntas em busca de dinheiro extra. “Elas contam que este é o segundo ano que trabalham com isso, e que além de lavar os jazigos, elas também fazem o retoque da pintura.

Cerca de 30 mil pessoas devem visitar cemitérios

Segundo a Diretoria de Espaços Públicos e Abastecimento da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), cerca de 30 mil pessoas vão passar pelos cemitérios. Nessa época, os serviços de manutenção são intensificados e as vendas de flores aumentam.


Dentre os cemitérios da capital, um dos que mais recebe público é o São João Batista, situado no bairro Ponto Novo. A Emsurb informou que, durante o feriado, irá manter uma equipe fixa de agentes de limpeza, por ser um local que acolhe maior fluxo de pessoas. Na manhã desta quinta-feira, 1º, a movimentação já era intensa. Além dos servidores municipais, muitas famílias já estavam no local para também limpar e organizar os túmulos.

“Aqui tenho pai e mãe enterrados. Vim com meu filho para lavar o túmulo, colocar uma imagem de Jesus e ver se tinha alguma outra coisa para ajeitar. A saudade é grande e é importante, nesse dia, a gente organizar tudo em honra à memória deles”, declara a autônoma Maria Santana.

Desde as últimas semanas, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Emsurb, intensificou as ações de manutenção dos cemitérios públicos, com serviços de varrição, roçagem e retirada de resíduos das áreas internas e externas. Quanto aos particulares, a manutenção foi executada nas ruas do entorno.

Durante o feriado, os três cemitérios administrados pela empresa municipal irão receber estruturas com cadeiras, toldos e banheiros químicos. Ao longo do dia, missas serão celebradas a partir das 7h, de acordo com o cronograma divulgado pela Arquidiocese de Aracaju.

Confira a programação das Missas que serão celebradas nesta sexta-feira, 2 de novembro, nos cemitérios administrados pela Emsurb.

▪Cemitério São João Batista (Bairro Ponto Novo)

7h – Pe. Antônio Cunha (Paróquia Santa Rita de Cássia)

9h – Pe. Paulo Lima (Paróquia Sagrada Família)

10h – Pe. Cláudio Dionísio (Paróquia Bairro Grageru)

14h30 – Pe. José Bernadinho (Paróquia Castelo Branco)

16h – Pe. Frei João Paulo (Paróquia Capuchinho)

▪Cemitério Helena Alves Bandeira (Bairro Atalaia)

8h – Pe. Genivaldo Garcia (Paróquia Bom Jesus dos Navegantes)

11h – Pe. Benjamim da Costa (Paróquia São Salvador)

16h – Pe. Genivaldo Garcia (Paróquia Bom Jesus dos Navegantes)

▪Cemitério ABC (Bairro Jardins)

10h – Pe. Genário de Oliveira

15h – Pe. David Ângelo

Comércio de flores

O comércio de flores teve aumento expressivo em virtude do Dia de Finados. A alta nas vendas ocorre principalmente no dia que antecede a data, assim como no próprio dia. A data é uma das mais importantes para o setor, atrás apenas do Dia das Mães e dos Namorados. Na passarela de flores do Mercado Tales Ferraz o movimento também foi grande, isso porque muitas pessoas seguem a tradição de homenagear os familiares mortos neste dia. No cemitério Santa Isabel os comerciantes aproveitaram para lucrar com a venda de flores e logo cedo já estavam instalados no local com uma diversidade de espécies.


A aposentada Conceição Moura, no final da tarde de ontem, foi ao mercado comprar as flores para o Dia de Finados. Segundo ela, sempre que pode, realiza esta homenagem aos parentes que já morreram. “Ao menos uma vez no ano eu tenho esse hábito de comprar flores e homenagear meus parentes que já se foram. E como eu gosto muito de flores, eu acabo aliando uma coisa à outra”, contou.

A dona de casa Maria Madalena também foi ao mercado compras as flores. “Todos os anos eu cumpro esse ritual de vir ao mercado e comprar flores”, pontuou a dona de casa informando ainda que no mercado é possível encontrar diversos tipos de flores e com os preços acessíveis. “Sempre venho aqui, pois os preços são os melhores, e ainda encontro diversos tipos de flores e posso levar arranjo, esponja, vaso ou caqueiro”, falou.

De acordo com a vendedora Ziare Gois, o valor médio dos gastos no Dia de Finados é em torno de R$ 25. “As pessoas procuram muito os crisântemos, rosas, margaridinhas, etc. Dá para comprar flores a partir de R$ 10. E também dá para fazer os arranjos como a pessoa gostar e quiser”.

Com a experiência de mais de 20 anos de atuação no setor, Leide Daiane de Souza, dona de uma banca na passarela de flores, conta que este ano está comemorando as vendas. “O mercado está bem movimentado, muitas pessoas estão passando por aqui, comprando suas flores. Hoje o movimento deve ser ainda maior e espero encerrar meu estoque’, comentou Leide, acrescentando ainda que os o buquê de flores está custando R$ 25; as margaridinhas R$ 10; três rosas saem por R$ 10.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net

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