Severo D´Acelino
Presidente da Funcaju, Cássio Murilo
Carlos Trindade
Cleanes Silva
Fotos: Edinah Mary/Ascom Funcaju
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 22/11/2018
Ocupe a Praça homenageia líder do movimento negro em Sergipe
Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a Fundação
Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), através do Núcleo de Produção Digital
(NPD) Orlando Vieira, realizou, nesta quarta-feira, 21, o projeto ‘Ocupe a
Praça’ homenageando o ator e escritor Severo D’Acelino. Na oportunidade, o
ativista do Movimento Negro em Sergipe lançou o livro “Quelóide” e, também
durante a programação, foi exibido o documentário “Severo D’ Acelino:
Revisitação”, do diretor sergipano Luciano Freitas. O evento aconteceu no
Centro Cultural de Aracaju (CCA), localizado na Praça General Valadão.
O presidente da Funcaju, Cássio Murilo, foi o mediador do
‘Liquidifica Diálogos’, momento em que os convidados dialogam sobre a temática.
Cássio destacou que a noite foi de encontros de representatividade. “À medida
que abrimos as portas do Centro Cultural, por meio do NPD, para a comunidade
afro, damos a oportunidade de promover discussões diante de um tema tão
importante como é o da Consciência Negra. E repito: esse papel é fundamental da
Funcaju. Tenho certeza que as pessoas saem daqui sabendo cada vez mais sobre a
sua ancestralidade”, declarou.
Conhecido por sua larga trajetória intelectual e artística
voltada para a cultura afro sergipana, Severo D'Acelino desempenha um papel
decisivo como ativista social na luta pelo espaço e inclusão do negro na
sociedade brasileira. Com isso, fundou algumas entidades, dentre elas, a Casa
de Cultura Afro Sergipana, em 1968, tornando-se uma figura de prestígio na
história do estado. O escritor falou como se sente recebendo essa homenagem do
‘Ocupe a Praça’. “Fiquei surpreso, pois eu, realmente, não sabia de tudo isso
que organizaram aqui. E, de repente, descubro que é um projeto institucional da
Funcaju que elaborou essa linda programação com o NPD. Fico bastante
sensibilizado com essas realizações", declarou.
No seu mais atual trabalho foi a produção do livro
“Quelóide”, o sergipano conta como surgiu a ideia de escrever. “O livro
apareceu meio que pronto quando eu marcava presença, em 2002, numa escola do povoado de Água fria, em Salgado, e uma
criança recusou-se a se identificar como negra, então foi um processo de lá
para cá”, contou. Severo ressaltou, ainda, que a principal proposta da obra é
denunciar os episódios de difícil aceitação do negro em busca por sua própria
identidade.
Carlos Eduardo Trindade, economista e também fundador da União de Negros de Aracaju (UNA/SE) e da
Sociedade Afrosergipana de Estudos e Cidadania (SACI), também participou da
mesa de debates do “Liquidifica Diálogos” e explicou para o público as
conquistas e espaços de fala adquiridos em sua carreira como defensor da
igualdade racial. Também participaram da discussão, a pedagoga Ana Iris Lima e
a Yalorixá Sônia de Oliveira.
Cleanes Silva, 48 anos, professora na Escola Municipal de
Dança, ministra aulas voltadas aos estilos contemporânea e afro, e expressou
sua opinião acerca do evento. “O Ocupe a Praça é bem significativo, pois a
medida que é realizado, traz arte e cultura para as pessoas, e isso é fonte de
educação. Hoje, em especial, houve a recuperação de um passado sobre o
Movimento Negro em Aracaju e isso é muito importante para nova geração”,
ressaltou.
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