sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Ocupe a Praça homenageia líder do movimento negro em Sergipe

 Severo D´Acelino





Presidente da Funcaju, Cássio Murilo

Carlos Trindade

Cleanes Silva 





Fotos: Edinah Mary/Ascom Funcaju

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 22/11/2018 

Ocupe a Praça homenageia líder do movimento negro em Sergipe

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), através do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, realizou, nesta quarta-feira, 21, o projeto ‘Ocupe a Praça’ homenageando o ator e escritor Severo D’Acelino. Na oportunidade, o ativista do Movimento Negro em Sergipe lançou o livro “Quelóide” e, também durante a programação, foi exibido o documentário “Severo D’ Acelino: Revisitação”, do diretor sergipano Luciano Freitas. O evento aconteceu no Centro Cultural de Aracaju (CCA), localizado na Praça General Valadão.

O presidente da Funcaju, Cássio Murilo, foi o mediador do ‘Liquidifica Diálogos’, momento em que os convidados dialogam sobre a temática. Cássio destacou que a noite foi de encontros de representatividade. “À medida que abrimos as portas do Centro Cultural, por meio do NPD, para a comunidade afro, damos a oportunidade de promover discussões diante de um tema tão importante como é o da Consciência Negra. E repito: esse papel é fundamental da Funcaju. Tenho certeza que as pessoas saem daqui sabendo cada vez mais sobre a sua ancestralidade”, declarou.

Conhecido por sua larga trajetória intelectual e artística voltada para a cultura afro sergipana, Severo D'Acelino desempenha um papel decisivo como ativista social na luta pelo espaço e inclusão do negro na sociedade brasileira. Com isso, fundou algumas entidades, dentre elas, a Casa de Cultura Afro Sergipana, em 1968, tornando-se uma figura de prestígio na história do estado. O escritor falou como se sente recebendo essa homenagem do ‘Ocupe a Praça’. “Fiquei surpreso, pois eu, realmente, não sabia de tudo isso que organizaram aqui. E, de repente, descubro que é um projeto institucional da Funcaju que elaborou essa linda programação com o NPD. Fico bastante sensibilizado com essas realizações", declarou.

No seu mais atual trabalho foi a produção do livro “Quelóide”, o sergipano conta como surgiu a ideia de escrever. “O livro apareceu meio que pronto quando eu marcava presença, em 2002, numa escola  do povoado de Água fria, em Salgado, e uma criança recusou-se a se identificar como negra, então foi um processo de lá para cá”, contou. Severo ressaltou, ainda, que a principal proposta da obra é denunciar os episódios de difícil aceitação do negro em busca por sua própria identidade.

Carlos Eduardo Trindade, economista e também fundador  da União de Negros de Aracaju (UNA/SE) e da Sociedade Afrosergipana de Estudos e Cidadania (SACI), também participou da mesa de debates do “Liquidifica Diálogos” e explicou para o público as conquistas e espaços de fala adquiridos em sua carreira como defensor da igualdade racial. Também participaram da discussão, a pedagoga Ana Iris Lima e a Yalorixá Sônia de Oliveira.

Cleanes Silva, 48 anos, professora na Escola Municipal de Dança, ministra aulas voltadas aos estilos contemporânea e afro, e expressou sua opinião acerca do evento. “O Ocupe a Praça é bem significativo, pois a medida que é realizado, traz arte e cultura para as pessoas, e isso é fonte de educação. Hoje, em especial, houve a recuperação de um passado sobre o Movimento Negro em Aracaju e isso é muito importante para nova geração”, ressaltou.

Texto e imagens reproduzidos do site:  aracaju.se.gov.br

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