Beatriz Nascimento (1942 - 1995).
Maria Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju em 1942, filha de
uma dona de casa e de um pedreiro, ela teve dez irmãos. Aos sete anos, ela e
sua família migraram para a cidade do Rio de Janeiro.
Formou-se em História, em 1971, pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Durante sua graduação, fez estágio no Arquivo Nacional. Após a
formatura, começou a dar aulas na rede estadual. Foi nesse período que ela
iniciou sua militância negra participando e propondo discussões sobre a
temática racial no ambiente acadêmico. Participou da Quinzena do Negro como
conferencista e nela falou sobre seus incômodos quanto ao espaço universitário
falar do negro apenas como escravo, como se as pessoas negras tivessem
participado da história apenas como mão-de-obra. Também ajudou a criar o grupo
de trabalho André Rebouças. Em 1981, terminou sua pós graduação lato sensu na
Universidade Federal Fluminense.
Havia iniciado um mestrado em comunicação social, na UFRJ,
quando foi assassinada ao defender uma amiga da violência doméstica.
Beatriz Nascimento foi uma estudiosa sobre a temática
racial, abordou em suas pesquisas os quilombos e toda experiência de resistência
dos africanos e de seus descendentes em terras brasileiras, incluindo as
religiões de matriz africana. A voz de Beatriz dentro do mundo acadêmico
representa ainda hoje um grito de resistência, já que a universidade sempre foi
um espaço excludente para pessoas negras, especialmente mulheres.
Além da trajetória de ativista intelectual que tanto inspira
ainda hoje o Movimento Negro e feminismo, Beatriz também escrevia poesias. Em
sua obra, ela fala com sensibilidade sobre a existência dela como mulher e
negra.
Seu trabalho mais conhecido é o filme Ori, escrito e narrado
por ela. Nele ela conta sua trajetória pessoal de mulher, negra e nordestina
como uma forma de abordar a comunidade e identidade negra. Esse filme foi
dirigido pela socióloga e cineasta, Raquel Gerber.
“A terra é o meu quilombo,
o meu espaço é o meu quilombo.
Onde eu estou,
eu estou,
quando estou eu sou”
– Beatriz Nascimento.
Fonte: mulheres-incriveis.blogspot.com.br
Texto e imagem reproduzidos do blog:
asminanahistoria.wordpress.com
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