Publicado originalmente no blog da Revista Realce, em 23/09/2016.
Mais um itabaianense se torna membro da Academia Sergipana
de Letras
Um homem de origem humilde, coragem e intelectualidade,
jornalista, economista, analista de sistemas, dentre tantas outras atividades
que o fizeram profissional, mas, acima de tudo, um incentivador da arte
literária e amante da cultura, seja ela itabaianense, sergipana ou do Brasil,
Antônio Francisco de Jesus, o famoso “Saracura”, agora nos honra como membro da
Academia Sergipana de Letras (ASL).
Quinto itabaianense a se tornar parte da referida
instituição literária sergipana, Saracura foi eleito... para ser
o sucessor na cadeira de número 10, anteriormente ocupada por Hunald Alencar,
renomado poeta e dramaturgo falecido há quatro meses...
Escolhido por 21 dos 33 acadêmicos votantes, o autor de “Os
tabaréus do sítio Saracura” concorreu à vaga com a poetisa e professora
universitária Jane Nascimento, que teve 12 votos, e vê na oportunidade a
incumbência de ser referência àqueles que têm o sonho de se tornar escritor,
mas ainda estão amarrados ao medo.
“Eu quero escrever, e quero que outras pessoas escrevam.
Ocupar a cadeira 10, que só teve ilustres poetas desde o seu patrono, será um
legado cultural muito nobre, e assim me sinto na obrigação de dar sequência,
de, junto da nata sergipana, continuar essa missão”, disse Saracura.
Sobre a paixão pela arte “escriba”, o cronista que
transforma as particularidades de sua terra natal, Itabaiana (SE), em romances,
contos de raízes, em literatura, afirma ser caso antigo, exteriorizada da
necessidade de criar algo que catalogasse as escrituras reunidas ao longo de
anos, que poderiam, após a aposentadoria, se tornar produções ou, simplesmente,
ser meros textos.
Foi assim que surgiu a primeira obra e a consequente
consolidação do “tabaréu” como ilustre representante e difusor da cultura
local, um fiel propagador das raízes do povo que considera heroico e invejável,
relatos transcritos nos livros Meninos que Não queriam ser Padres; Tambores da
Terra Vermelha; Os Ferreiros; Os Tabaréus de Saracura; e Minha Querida Aracaju
Aflita, que são objetos de incessantes elogios por leitores brasileiros e do
exterior.
Contudo, os aplausos à Saracura não se restringem ao talento
como escritor, mas à disposição cotidianamente renovada para o que considerada
“puxar um exército”. Um dos fundadores da Bienal do Livro em Itabaiana, ele não
se limita aos eventos locais e, a fim de escandalizar a potencialidade de sua
terra, percorre livrarias, encontros culturais fora do pequeno Sergipe e, com
os livros embaixo do braço, prova ser possível romper barreiras e fazer do dom
ofício, se mantendo distante da frustração da não sobrevivência pela
literatura.
Por Iane Gois.
Texto e imagem reproduzidos do blog.revistarealce.com
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