Maria Beatriz Nascimento (1942-1995) intelectual ativista
negra contemporânea de Eduardo Oliveira e Oliveira e Hamilton Cardoso. Nasceu
em Aracaju, Sergipe e, no final da década de 1940, migrou com a família para o
Rio de Janeiro. Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ. A partir de 1975 foi
uma das principais Construtoras do IPCN onde destacou-se como uma das mais
importantes militantes, com destaque por seu trabalho de levar história do
negro às Escolas de Samba. Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho
André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF),
compartilhando com estudantes negros/as universitários/as do Rio e São Paulo a
discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da
Quinzena do Negro realizada na USP em 1977. Concluiu a Pós-graduação lato sensu
em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa
Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas. Seu
trabalho mais conhecido e de maior circulação trata-se da autoria e narração
dos textos do o filme Ori (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta
Raquel Gerber. Essa película documenta os movimentos negros brasileiros entre
1977 e 1988, passando pela relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como
idéia central e apresentando, dentre seus fios condutores, parte da história
pessoal de Beatriz Nascimento. Através dessa participação percebe-se outra face
de suas atividades: a poesia. Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das
temáticas do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre
corporeidade negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos
socioespaciais de africanos/as e descendentes, por meio das noções de
“transmigração” e “transatlanticidade”. Seus artigos foram publicados em
periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e
Última Hora. Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de
grande circulação nacional a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São
Paulo, Revista Manchete, além de ensaios e poemas inéditos. (Alex Ratts).
Texto e imagem reproduzidos do blog: mamapress.wordpress.com
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