Homenagem Póstuma à José Silvério Leite Fontes
Por Maria Thetis Nunes*
“O tempo esse grande escultor...”
O dizer de admirável humanista francesa Marguerite Yourcenar
me levaria à juventude, à estudante da 4ª série do Atheneu da rua da Frente,
quando conheci José Silvério Leite Fontes, então estudante do Colégio Tobias
Barreto. Participávamos, alunos de História do grande professor Arthur Fortes e
por ele escolhidos, de um concurso de História promovido pelo Ministério da
Educação. Dois anos após, seríamos colegas no curso pré-jurídico no Atheneu.
Depois, fomos companheiros de residência num pensionato em Salvador, ele aluno
da Faculdade de Direito, eu da Faculdade de Filosofia cursando Geografia e
História. Tornamo-nos bons amigos, embora trilhássemos caminhos bem
distintos... Ele, participando da Juventude Universitária Católica,
influenciado pelo renomado professor Herbert Parentes Fortes, buscando, na
filosofia e na teologia, explicações para os problemas do mundo, principalmente
através dos escritos de Jaques Maritain e Leon Bloy; eu, identificada com a
juventude Comunista de Mário Alves, João Batista de Lima e Silva, Fernando
Santana, via em Marx a solução para os problemas que agitavam o mundo.
Conversávamos, discutíamos, impressionando-me sua fé em
Deus, a participação nos atos religiosos, indo a missa dominical com o missal
sem importar-se com a zombaria dos colegas. Relembro, sensibilizada, ele me
acompanhando à noite para assistir palestras de líderes revolucionários como
Agildo Barata, quando moça não devia sair desacompanhada à noite... Também eu
aceitava seus convites para ir ao Mosteiro de São Bento ouvir palestras
religiosas, onde fiz bons amigos, tendo mesmo publicado artigos na pequena
revista que lá circulava para universitárias.
Ao retornarmos a Sergipe, formados, nos encontraríamos no
magistério no Atheneu, no Colégio São José, na Faculdade Católica de Filosofia,
que fomos fundadores, na Universidade Federal de Sergipe, no Instituto
Histórico e Geográfico, A este por ele fui levada ao retornar a Aracaju após
nove anos de ausência, fazendo-me aceitar sua presidência, ante a situação de
decadência em que o Instituto se encontrava, na qual permaneceria por 30
anos... A esta academia também ele contribuiu para me convencer ingressar em
1983, recebendo-me com o discurso de posse. Múltiplos facetamentos marcaram a
trajetória da vida de José Silvério: jornalista, escritor, sociólogo, filósofo,
historiador, líder sindical, político, e, principalmente, professor. Com ele
morre um dos últimos humanistas sergipanos, entendido o Humanismo como cultura
baseada nos clássicos, voltada para o Homem e, como acreditava ele, para Deus.
Suas atitudes na vida foram norteadas pela fé, que buscava compartilhar com os
amigos quando a realidade nos queria abater.
Ao longo dos nossos anos de convivência e companheirismo até
o nosso encontro poucos dias antes do seu falecimento, ele, numa cadeira de
rodas, os membros sem movimento, mesmo com a dificuldade de falar continuava a
acompanhar os problemas que envolviam o nosso país, e manifestava suas idéias
respaldadas na esperança e na fé: “Em Jesus Cristo, porém, consuma-se a unidade
moral do Gênero humano, a unidade intencional e operativa e a unidade
transcendente em ato, pois o pão do seu Corpo serve de alimento e de união
antológica às pessoas individuais. Restaura, num plano superior, a comunidade,
subjacente ao variegado da natureza. Não somente restaura, como eleva, passando
de unidade natural e criada, sujeita às limitações da maternidade, à unidade do
Espírito”, como expressou num dos escritos inserido em seu último livro,
síntese do que sempre foi sua concepção de vida: Ser, Mundo e Esperança.
José Silvério enfrentaria desde a juventude a luta contra a
diabetes que o fazia conhecido como o menino que se dava injeção, luta que o
acompanharia até a morte aos 80 anos de existência. Os problemas advindos da
enfermidade não impediriam, porém, as múltiplas atividades em que se envolveu
ao longo da vida, inclusive a ida a Paris cursar a Universidade de Sorbone,
tendo, porém de retornar ante a crise de diabetes sofrida. Impressiona,
desafiando a moléstia, a vasta obra que o projeta na vida cultural sergipana
encontrada em jornais e revistas especializadas, Anais de Congressos, Encontros
em artigos, conferências, pesquisas educacionais e históricas, e nos livros
publicados, atestando os múltiplos facetamentos e vastos conhecimentos
filosóficos e históricos que dominava. Vários destes trabalhados então esparsos
em jornais, sobretudo a Cruzada, em revistas das Faculdades de Direito,
Faculdade Católica de Filosofia, Academia Sergipana de Letras, Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe. Outros já estão condensados em livros como
Igreja e Século, Coluna de Jornal, Quatro Estudos, e Ser, Mundo e Esperança.
Dos livros publicados, o primeiro em 1952 Intitulado Jackson
de Figueiredo – o sentido de sua obra, como tese para concorrer ao concurso de
História do Brasil do Instituto de Educação Rui Barbosa, estuda o pensamento do
grande líder católico sergipano por ele considerado uma “dessas personalidades
sócrates, mixto de filósofo, artista e apóstolo”. Jackson de Figueiredo
marcaria profundamente sua formação, visível na ampliação da tese ao publicar,
em 1958, Razão e Fé em Jackson de Figueiredo inserindo suas idéias no contexto
sócio-político em que ele atuara. Possivelmente, teriam elas contribuído para o
seu envolvimento na política sindical, com atuação destacada nos começos da
década de 1960, num dos momentos mais convulcionados da história do Brasil, da
luta do povo pela afirmação dos seus direitos, eclodida em Sergipe na greve dos
professores que Silvério foi um dos líderes, estendendo-se a todo o
funcionalismo público.
O golpe militar em 1964 calando, violentamente, as
reivindicações populares, o atingiu sendo visto como um agitador, e por longo
período teve cerceados seus direitos, inclusive de ocupar cargos de confiança
na administração pública. Não o intimidariam as denúncias e o inquérito,
continuando a atuar, inclusive como líder fundador em 1965 do Grupo de Estudos
Sociais e Políticos de Sergipe, em que eram debatidos e estudados problemas
proibidos pelo regime instalado. Também participara na mal vista Federação
Interestadual de Ensino e na Confederação e sucessivos mandatos. Integrou o MDB
participando de sua campanha em prol da redemocratização do país. Quando,
porém, este partido, transformado em PMDB, se engajou na campanha política
buscando poder, o abandonaria ingressando no PSB, no qual permaneceu filiado
até a morte. Embora tenha sido vedado pela Revolução seu concurso para o
ingresso na magistratura, como advogado, porém, por dois mandatos, foi
presidente da OAB, “onde conquistou o respeito e a admiração dos seus pares” na
afirmativa do historiador Ibarê Dantas.
Em todas as atuações vividas ao longo do 80 anos, José
Silvério marcou sua passagem pela coerência, lucidez, o ideal de igualdade e
fraternidade e a Fé que, para ele, instala-se como uma convicção “que se
adquire no amor e na confiança, como uma descoberta cuja essência existencial é
incomunicável e consiste, como diz São Thomaz de Aquino na Suma contra os
Gentios, numa inspiração”. Outros livros publicados foram Formação do conceito
do fato histórico na cultura ocidental, datado de 1958, Quatro diretrizes da
Historiografia Brasileira Contemporânea, tese para o concurso de Livre Docência
da UFS em 1975, e reeditada em 2000 com a denominação de Marxismo na
Historiografia Brasileira Contemporânea, o Pensamento Jurídico Sergipano
editado em 2003, e Formação do Povo Sergipano. Creio que foi José Silvério o
sergipano e um dos brasileiros que maior contribuição deu aos estudos
filosóficos entre nós, iniciada em 1948 com a conferência no Instituto Histórico,
a convite da Sociedade Franco Brasileira, sobre Diretrizes do Pensamento de
Jaques Maritain, divulgando em Sergipe as linhas básicas do grande filósofo
cristão francês, que ele considerava sua filosofia uma projeção da filosofia de
Santo Thomaz de Aquino, com o aprofundamento dos seus conceitos e a superação
de certas posições inerentes às perspectivas do tempo em que viveu o Doutor
Angélico, o século XIII, que o levara à publicação do Humanismo Integral.
Leon Bloy, tema da Conferência pronunciada em 1956
patrocinada pela Associação Cultural Franco-Brasileira, visava a divulgar o
pensamento do filósofo cristão francês, superando o desconhecimento existente
sobre sua obra, concitando que o lessem com o sentir cristão, buscando nele a
configuração artística da vida cristã. “Leiam-no, enfatizava, como se contempla
um quadro de El Grego, cheio de contrastes, de fantasmagorias, de sinais
visíveis e deformados, em sua objetividade, das realidades que o olho não vê,
nem o ouvido escuta, mas que forma reveladas aos filhos da Luz”.
Importante sua conferência, neste mesmo ano de 1956, no
Instituto Brasileiro de Filosofia de Sergipe, aula inaugural, sobre as
Principais Correntes da Filosofia Contemporânea, identificadas com as
transformações trazidas pelo desenvolvimento científico. Enfoca as tendências
objetivista que teve maiores expoentes em Schopenahuer e Eduardo Von Hartmann.
A revolução social e política século XX, ao lado da revolução ocorrida na
teoria científica destruindo a confiança tranqüila e satisfeita no poder
universalmente explicativo das correlações mecânicas, afirmava que
“acontecimentos de ordem geral destruíam igualmente o relativamente pacífico,
confiante e progressista mundo burguês do século passado. A expansão do
capitalismo, que justificara seu otimismo e seu esquecimento dos valores
espirituais, começou a sofrer as primeiras limitações”. “A nova maneira
unitária, finalista e anti-mecanista irira encontrar ressonância em duas
grandes direções filosóficas: o pragmatismo e o bergonismo”.
O Neo-hegelianismo o Neo-kantismo, a Fenomenologia, o
Exitencialismo são por ele estidadas dentro das transformações estruturais do
século XX. Encerra a conferência estudando a Filosofia Cristã e o seu papel na
época, que distingue em duas correntes: a filosofia da experiência religiosa e
o neo-tomismo. Todas as várias atuações vividas ao longo dos 80 anos de José
Silvério foram marcadas pela lucidez, o ideal de igualdade e fraternidade, a
coerência e a Fé, que para ele “instala-se como certeza por uma convicção que
se adquira no amor e na confiança, como uma descoberta cuja essência
existencial é incomunicável e consiste, como diz Santo Tomaz na Suma conta os
Gentios, numa inspiração”.
Se me fosse, porém, exigida uma definição entre as múltiplas
atividades que, como denodo, exerce, e digo mesmo com heroísmo, ao longo da
vida, eu o chamaria Professor Silvério. Creio que, entre nós, nenhum professor
tenha disputado uma cátedra através de concurso quanto ele, iniciado em 1952
com Jackson de Figueiredo – o sentido de usa obra para a cátedra de História do
Brasil do Instituto de Educação Rui Barbosa, em 1958 com a tese Formação do
conceito do Fato Histórico para a cátedra de História do Colégio Estadual de
Sergipe, em 1965 defendendo a tese Quatro Diretrizes da Historiografia
Brasileira Contemporânea no concurso de Livre Docência da Universidade Federal
de Sergipe.
Desde que retornou a Sergipe formado em Direito pela
Faculdade de Direito da Universidade da Bahia, a partir de 1947 buscou no
magistério o meio de sobrevivência desde que não o atraia a profissão que lhe
permitia o diploma. A História o fascinava, e a ensinaria na Escola de Comércio
Conselheiro Orlando, na Escola Técnica Federal, no Colégio Patrocínio São José,
no Instituto de Educação Rui Barbosa, no Colégio Estadual de Sergipe.
Foi um dos pioneiros do ensino superior em Sergipe,
participando da Fundação da Faculdade Católica pelo então padre Luciano Cabral
Duarte, e da sua consolidação pela coragem e abnegação do seu fundador
enfrentando as dificuldades existentes, principalmente a falta de recursos
financeiros necessários ao pagamento dos salários dos professores, o que
levariam alguns deles a não continuarem ensinando. José Silvério,
abnegadamente, permaneceu lecionando além de suas disciplinas, outras que
ficavam sem professor, atendendo ao pedido do seu Diretor. Também lecionara na
Faculdade de Serviço Social fundada em 1954.
Engajou-se, com entusiasmo, na campanha deflagrada na década
de 1960 para a criação da Universidade Federal de Sergipe, que se tornaria
realidade em 1968. Foi importante sua atuação como Procurador-Geral da UFS de
1984 a 1988. O ponto culminante de José Silvério como professor seria, porém,
registrada no Departamento de História da UFS. Lecionando Filosofia e
Metodologia da História, tornou a prática da pesquisa histórica obrigatória da
disciplina Introdução aos Estudos Históricos, que seria responsável pela grande
participação do Departamento de História à historiografia de Sergipe. A partir
da década de 1950, com a saída do Estado dos historiadores José Calazans, Mário
Cabral, Felte Bezerra, paralisaram-se os estudos sobre o passado sergipano. O
Departamento de História daria ressurgi-los a partir do levantamento das Fontes
Primárias da História de Sergipe, ao estabelecer a prática de pesquisa
histórica obrigatória. Passavam os alunos a ter contato direto com documentos e
a conhecer o acervo dos arquivos cartoriais e paroquiais visando a organização
dos arquivos do Estado e do Município, este depois transformado no Arquivo da Cidade
de Aracaju. Deram contribuição ao sucesso do programa traçado pelo professor
José Silvério a colaboração das professoras Maria da Glória Santana de Almeida,
Maria de Lourdes Amaral, Diana Diniz.
Por iniciativa de José Silvério, são mantidos contactos com
renomados professores de universidades brasileiras, tendo alguns deles vindo
aqui ministrarem cursos como José Honório Rodrigues e Nelson Werneck Sodré. Em
1974, por iniciativa sua, era realizado na UFS o Encontro de Historiadores do
Nordeste. No ano seguinte, acontecia o Simpósio Nacional do ANPUH – Associação
Nacional dos Professores de História, reunindo em Aracaju professores,
estudantes e historiadores de todo o país. Ele participou pessoalmente de
vários encontros de História em outros Estados, apresentando trabalhos.
No magistério, José Silvério, encontrou o rejuvenecimento
espiritual suplantando as marcas deixadas pelos anos. Renovação do esforço de
entender os jovens, seus problemas ante o mundo que lhes é oferecido. Estávamos
de acordo com a advertência de Longfellow, o romântico poeta de Evangeline:
“Neste mundo o homem tem que ser um martelo ou uma bigorna.
Precisamos ser o martelo formando uma sociedade e não bigornas moldadas pela
antiga sociedade”.
Historiador, José Silvério contribuiu para a história do
Brasil com os trabalhos destacados Diretrizes da Historiografia Brasileira
Contemporânea, Marxismos na Historiografia Brasileira Contemporânea, analisando
as obras de Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Júnior, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes,
e Lutas Militares no Prata. Para a história de Sergipe, registramos
Levantamentos das fontes primárias da História de Sergipe, Labatut em Sergipe,
Cidades e Vilas de Sergipe no século XIX, Formação do povo sergipano,
Pensamento Jurídico sergipano: o ciclo de Recife, Aspectos geo-históricos do
Nordeste – A propriedade rural.
Em 7 de julho de 1969 José Silvério tomava posse da cadeira
nº 5 desta Academia, que tem como patrono Ivo do Prado, vaga com a morte do
ocupante Dom Antônio dos Santos Cabral. Saudado pelo poeta Freire Ribeiro com
uma Xácara por ele definida como “romance em versos simples, d’água corrente,
em que se contam feitos famosos ou em que se louvam famosas pessoas”,
complementada com passagens da vida do povo acadêmico que conhecera e convivera
desde a infância na colina do Santo Antônio e, depois, como vizinhos, muitos
anos, na rua de Santa Luzia, e visto por ele “um espírito cristão, apostólico e
romano, o professor José Silvério é um admirador sem canseiras de Pio XII, João
XXIII e Paulo VI. Está com a igreja dentro do século. A igreja procurando, na
hora precisa, em todo o mundo realizar o que ensina a Rerum Novarum de Leão
XIII. Ao lado de esposa estremecida faz do seu lar um templo de amor e paz. Ao
lado de esposa estremecida faz do seu lar um templo de amor e paz. Trabalha de
sol a sol, ensinando, semeando, ensinando...”
Em seu discurso de posse, José Silvério fala que boas razões
o levaram a candidatar-se à cadeira nº 5, cujo patrono é Ivo do Prado e que
fora ocupada por Dom Antônio dos Santos Cabral, afirmando: “Sinto que há muitas
afinidades espirituais com esses dois vultos, guardado o respeito à grandeza de
cada um. Para ambos, o aspecto estético da obra literária não era fim, mas
instrumento. A comunicação espiritual que buscavam não era dirigida
primordialmente à sensibilidade, mas à inteligência. Ivo do Prado escreveu para
defender pontos políticos e no curso da ação política, ou para argüir em favor
de uma tese histórico-geográfica, de alto significativo político para sua terra.
Dom Antônio Cabral escreveu para desenvolver teses de doutrina religiosa e
ensinar às ovelhas do rebanho que lhe fora confiado. Em última análise, “os
dois praticavam a arte de direção dos homens, quer para a vida temporal, para a
vida espiritual.” Ressalta que essa identidade o teria levado a ocupar a
cadeira nº 5, acrescentando: “Foi também em sentido similar que utilizei a
forma literária. Nunca apelei sistematicamente para recursos estéticos, salvo
como meio de comunicação de uma mensagem doutrinária. Daí sentir-se bem na
linha traçada por Ivo do Prado e Dom Antônio Cabral.”
Critica a falta de aprofundamento filosófico da produção
literária brasileira, acreditando não ser possível construir solidamente
teorias no campo das ciências humanas, sem uma visão do ser e da existência,
afirmando: “cabe a ela dar organicidade ao pensamento social. Sobre este ponto
de vista, é particularmente grave a responsabilidade do intelectual cristão,
que possui uma tradição filosófica e teológica, a abandonar essa tradição,
ficando entregue às ondas, como um navio desgovernado, ou a fazer um esforço de
assimilação, bastante difícil e que somente dará resultados valiosos quando
efetuado por grandes espíritos. Isso é fonte de angústia e também convite ao
trabalho, embora freqüentemente sem êxito, mas que terá o papel de preparar
resultados do futuro. Não é permitido ao intelectual cristão, segundo julgo,
enclausurar-se como uma ostra em posições recebidas que os progressos de
conhecimento da realidade tornaram parcialmente obsoletas”.
Nas palavras finais do seu discurso de posse, José Silvério
define o ideal que marcara sua vida: “divididos entre o tempo e a eternidade,
vivemos sempre a apresentar uma na outra, espalhando entre os homens palavras
de amizade e de confiança, e esperando o encontro com Aquele que nos libertará
da angústia. A inteligência é pobre para sondar os mistérios do mundo, mas
também é a única forma do mundo que traz promessa de eternidade.
Sim amigos! Vivamos intensamente e meditemos ainda mais
intensamente!”
*Maria Thetis Nunes - Academia Sergipana de Letras
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