Sílvio Romero (1851 - 1914).
O sergipano Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero foi
um crítico literário, poeta e jurista que também atuou nos campos da filosofia,
ensino e política. Sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e
membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ele integrou o grupo que
instalou a Academia Brasileira de Letras, em janeiro de 1897, assumindo a
cadeira 17, cujo patrono é Hipólito da Costa.
Filho de comerciante, ele nasceu em abril de 1851, em
Lagarto (SE), a 70 quilômetros de Aracaju. Os primeiros anos de vida de Romero
foram vividos no engenho dos avós. No retorno à vila onde nasceu, iniciou os
estudos, que foram concluídos no Ateneu Fluminense, no Rio de Janeiro.
Entre 1868 e 1873, esteve na Faculdade de Direito do Recife,
onde foi bastante influenciado pelo também estudante Tobias Barreto. Junto com
outros alunos, eles integraram a Escola do Recife, também chamada “Geração de
71”, movimento de caráter sociológico e cultural que buscava uma renovação
crítica brasileira e serviu, por muito tempo, de espaço para debates sobre
sociologia, antropologia, crítica literária e estética. Romero foi uma das
figuras centrais da segunda fase desse grupo.
Foi durante esse período também que ele iniciou a
colaboração para periódicos pernambucanos, como o Diário de Pernambuco, a
República, o Liberal e o Correio de Pernambuco. Essa participação começou com a
publicação da monografia A poesia contemporânea e a sua intuição naturalista e
continuou com versos e uma série de mais de 30 artigos com críticas ao
romantismo e poesia da época.
Logo após a formação no Recife, Sílvio Romero exerceu o
cargo de promotor na comarca de Estância, cidade a 70 quilômetros de Aracajú
(SE). Lá, ele foi atraído pela política e elegeu-se deputado provincial do
Estado, mas renunciou logo depois, regressando para o Recife, onde se casou com
Clarinda Diamantina Correia de Araújo – ele ainda se casou mais duas vezes com
Maria Liberato e Petronila Barreto. Em 1876, o casal foi morar em Parati (RJ),
onde ele foi nomeado juiz.
Em 1879, já fixado no Rio de Janeiro, Romero contribuiu para
o jornal O Repórter e a Revista Brasileira, escrevendo sobre política,
folclore, poesia popular e literatura em geral, sempre com críticas ao
movimento romancista brasileiro. Inclusive, vários livros dele abordaram a
cultura popular. No ano seguinte foi publicado o polêmico livro A literatura
brasileira e a crítica moderna, no qual ele classificou a mentalidade do país
como “mesquinha e pobre, desconceituada e banal”, fruto de um “povo que não pensa
e não produz por si”. Depois disso, ele começou a ser excluído do círculo
literário do Rio de Janeiro.
O prestígio na cidade foi reconquistado em 1880, quando foi
nomeado professor de filosofia do Imperial Colégio de Dom Pedro II, onde
lecionou até 1910. Antes, em 1888, foi publicado um dos seus principais livros:
A História da Literatura Brasileira. Ele também escreveu Cantos do fim do
século, Contos populares do Brasil e O elemento popular na história do Brasil,
entre outros estudos literários e obras poéticas e sobre a cultura popular.
Em 1891, produziu artigos sobre o ensino para o jornal
carioca Diário de Notícias, dirigido por Rui Barbosa. No mesmo ano, foi nomeado
para o Conselho de Instrução Superior por Benjamim Constant. Sílvio Romero
também fez parte do corpo docente da Faculdade Livre de Direito e da Faculdade
de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
Depois da fundação da Academia Brasileira de Letras, ele
ainda foi eleito deputado federal, por Sergipe, no governo do presidente Campos
Sales e, inclusive, trabalhou na comissão encarregada de rever o Código Civil
na função de relator-geral.
Fontes:
Academia Brasileira de Letras
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Fundação Joaquim Nabuco.
Texto reproduzido do site: portal.iphan.gov.br
Imagem reproduzida do site: academia.org.br
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