sexta-feira, 28 de abril de 2017

17 sítios arqueológicos indígenas são descobertos em Sergipe


Publicação originária do site Defender, 6 de novembro de 2014.

17 sítios arqueológicos indígenas são descobertos em Sergipe.

Por Defender.

Alguns deles podem ter até 12 mil anos de idade, o que aumenta a relevância histórica da região da cidade de Santa Isabel.

A Reserva Biológica (Rebio) de Santa Isabel (SE) descobriu 17 sítios arqueológicos dentro do seu território entre os meses de junho e setembro deste ano. Durante o período, foi executado o Programa de Prospecção Arqueológica na Área de Implantação da Rodovia SE-100, rodovia estadual que será pavimentada pelo governo. O objetivo foi localizar e identificar o patrimônio arqueológico nas áreas de influência do empreendimento.

“A Rebio de Santa Isabel é uma área de influência indireta, ou seja, onde os impactos ambientais não são causados diretamente pelas obras, mas pelo empreendimento em si”, explicou o chefe da Unidade de Conservação, Paulo Faiad.

Os sítios localizados nos limites da Rebio receberam os seguintes nomes: Sítios 3 dunas, Lagoa Seca, Esporão, Palmeira, Cabrito, Vale das Dunas, Cardoso, Dicuri, Ferroso, Sapucaia, Duna Branca, Pé de Duna, Areia Preta, Tigre, Catenga, Curral de Baixo e Maria Farinha. Os pesquisadores utilizaram referências físicas ou indicação de comunitários do entorno para escolher os nomes.

“A maior parte dos sítios arqueológicos são indígenas, possivelmente datados antes da chegada do europeu no território que viria a ser o Brasil, em 1500. Isso quer dizer que essas regiões podem ter até 12 mil anos, mas ainda vamos fazer a datação do carbono para saber a idade exata de todas essas regiões”, destacou Faiad.

Também foram encontrados indícios de grupos indígenas, quilombolas e produtos de origem europeia do século XIX. A coleção arqueológica contém artefatos cerâmicos, ferramentas, fragmentos de cachimbo e de faiança fina, uma espécie de cerâmica utilizada em objetos de louça, como pratos e copos.

Todas essas descobertas indicam a existência de ocupações por todo o litoral norte de Sergipe, na Idade Média, de grupos que compartilhavam as mesmas estratégias de exploração do meio ambiente no litoral e que moravam em cima das dunas que compõem o ambiente natural da Rebio de Santa Isabel.

Para o chefe da Unidade de Conservação, os sítios arqueológicos aumentam ainda mais a importância de conservação da área, que agora além da proteção ambiental também possui relevância histórica. “Com artefatos arqueológicos diversos e técnicas de confecção especializadas, o patrimônio arqueológico localizado na área da Reserva aponta para um grande potencial de pesquisas futuras, podendo levantar considerações sobre o processo de colonização em Sergipe e o papel dos grupos excluídos socialmente nessa formação”, comemorou Paulo Faiad.

A pesquisa foi financiada pelo Departamento de Estradas e Rodagem de Sergipe (DER/SE), executada pela Contextos Arqueologia e coordenada pelos arqueólogos Luis Felipe Santos e Fernanda Libório.

O projeto contou com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e recebeu consultoria científica do professor e doutor Paulo Jobim Campos Mello.

No dia 31 de outubro, a equipe da Contexto Arqueologia esteve no auditório do Centro de Educação Ambiental da Rebio Santa Isabel para apresentar os resultados da pesquisa à comunidade de Pirambu, onde fica a sede da Rebio Santa Isabel, e alunos do Instituto Federal de Alagoas (IFA).

Em novembro e dezembro serão feitas outras palestras de divulgação e uma feira de arqueologia com as escolas para os alunos aprenderem a fazer fogo, argila e cerâmica usando os métodos da Idade Média.

Sobre a Rebio de Santa Isabel

Criada em 20 de outubro de 1988, a Rebio de Santa Isabel possui uma área de 5,5 mil hectares e preserva o ecossistema litorâneo que abriga a mais importante área de reprodução das tartarugas olivas do Brasil.

Dunas com vegetação de restinga, remanescentes de mata atlântica, manguezais, lagoas e praias desertas de areia fina e plana são os cenários encontrados na UC, que possui 45 quilômetros de extensão.

Situada em Sergipe, abrange os municípios de Pirambu e Pacatuba. O principal trabalho realizado na Rebio é o de preservação das tartarugas marinhas, desenvolvido pelo Projeto Tamar. Por Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Fonte: Portal Brasil.

Texto e imagem reproduzidos do site: defender.org.br

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