Geografia de Sergipe.
Por Lucas Ebbesen.
Com uma área de 21.918,454 km², Sergipe é a segunda menor
unidade federativa do Brasil, a frente apenas do Distrito Federal, sendo assim
o menor estado brasileiro. Em virtude de seus limites compreenderem uma área
muita reduzida em relação aos demais estados, o território sergipano está situado
em uma região morfologicamente pouco movimentada. Áreas planas e pequenas
elevações caracterizam o relevo do estado. Assim, o relevo de Sergipe é
dividido em: pediplano sertanejo, tabuleiros costeiros e planície costeira.
A planície costeira sergipana estende-se por 163 km entre os
rios São Francisco e Real e é marcada pela presença de várzeas, em virtude das
chuvas que abastecem a região entre maio e agosto. Assim como outras faixas
litorâneas brasileiras, a interação entre continente e oceano inibiu o
desenvolvimento geomorfológico da região. A excessiva drenagem que recebe inibe
a proliferação de nutrientes, o que inviabiliza o cultivo agrícola nesta porção
do território.
A oscilação do nível do mar e as transformações ocorridas no
litoral brasileiro durante o quaternário permitiram pequenas alterações
morfológicas na região. Os terrenos mais altos chegam a atingir 10 metros de
altitude. Tais mudanças levaram ao surgimento da margem oceânica que é
interrompida somente na desembocadura dos rios.
Os tabuleiros costeiros, originados entre o final do período
Terciário e o início do Quaternário, caracterizam-se pelo solo arenoso, pobre e
seco com altitudes que variam entre 300 e 700 metros. Eles se situam
especialmente em colinas de topos convexos e estão depositados sobre rochas
sedimentares inconsolidadas que formam a Bacia Sedimentar de Sergipe. Nas
baixas colinas, o solo chega a ser argiloso, expandindo-se quando úmido e
contraindo-se quando seco – o que torna propício à agricultura –, mas em geral,
os tabuleiros são caracterizados por solos pedregosos e pobres.
Por fim, o pediplano sertanejo é caracterizado por sua
superfície extremamente plana, em virtude do clima seco que predomina na
região. A altitude atinge limites de 750 metros em relação ao nível do mar.
Ocorre ainda a existência de colinas rebaixadas que criam vales largos e rasos
com declives bem limitados.
No noroeste de Sergipe, mais precisamente na divisa com a
Bahia, encontra-se a Serra Negra, ponto de maior altitude do estado, com 750 metros.
Já na porção sudoeste está localizado o planalto do Sudoeste, formado durante o
Pré-cambriano. A região é destacada por dobramentos suaves e pela formação
baseada em arenitos.
Outro ponto morfologicamente importante do estado é o Domo
de Itabaiana, composto pelas serras Comprida, de Itabaiana e do Cajueiro. De
relevo suave e ondulado, suas altitudes podem chegar a 659 metros. Sua
relevância é atribuída ao fato de estar localizado na zona de transição entre a
Caatinga e a Mata Atlântica, estando inserido na porção semi-árida do estado,
entretanto, marcado pela alta precipitação anual (1100 a 1300 mm).
Referências bibliográficas:
ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.
ARAÚJO, Hélio Mário de. Clima e Condições Meteorológicas.
In: SANTOS, Vera Maria dos. Geografia de Sergipe. São Cristóvão: Universidade
Federal de Sergipe, CESAD, 2012. Disponível em:
<http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/14333816012013Geografia_de_Sergipe_Aula_5.pdf>.
IBAMA. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/>.
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<http://observatorio.se.gov.br/>.
SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante:
geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo:
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SANTOS, Reginaldo Alves dos (org. et al.). Geologia e
recursos minerais do Estado de Sergipe. Brasília: CPRM/DIEDIG/DEPAT; CODISE,
2001. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/bitstream/handle/doc/5024/Rel_Sergipe.pdf?sequence=1>.
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UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina – Centro Universitário
de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais:
1991 a 2012. 2 ed. Vol. Sergipe. Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível
em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/Atlas%20Sergipe%202.pdf>.
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História de Sergipe
Por Tiago Ferreira da Silva
Localizado entre o Rio São Francisco e o Rio Real, o
território sergipano foi visitado inicialmente pela guarda-costeira portuguesa
de Gaspar de Lemos, em 1501. Mas foram os franceses que travaram contatos
pacíficos com os indígenas e começaram a realizar as primeiras atividades de
escambo, importando da região pau-brasil, pimenta e algodão.
Com o sistema de Capitanias Hereditárias imposto pelo rei D.
João III em 1534, o território de Sergipe passou a fazer parte da Capitania da
Bahia de Todos os Santos, que foi doada a Francisco Pereira Coutinho.
Antes dos portugueses descobrirem a riqueza do local,
piratas franceses contrabandeavam a baixo custo os recursos naturais da região,
como pau-brasil. Em 1575, os primeiros passos da colonização lusitana foram
dados com o envio dos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio, que fundaram as
igrejas de São Tomé, São Inácio e de São Paulo, na tentativa de catequizar os
índios.
Devido à resistência indígena de sucumbir aos ensinamentos
católicos, a realeza enviou soldados que começaram a violentá-los cruelmente,
chegando a raptar mulheres e crianças e saquear as aldeias.
As tribos conseguiram expulsar os invasores, mas depois
foram massacradas pelos portugueses, que queriam escravizá-los a qualquer
custo. Em 1590, o capitão Cristóvão de Barros conquistou a região após um longo
período de guerras e fundou o Arraial de São Cristóvão, a qual nomeou de
Sergipe Del Rey.
No século XVII, a província se desenvolveu com a criação de
gado e a produção de cana-de-açúcar, contratando mão-de-obra escrava da África.
Sergipe ainda passava por um impasse territorial com a resistência indígena às
imposições da Coroa e o conflito contra os franceses, que só foram
definitivamente expulsos em 1601.
Com a Invasão Holandesa, em 1637, Sergipe foi praticamente
posto a ruínas. Houve incêndios, destruição de lavouras, roubos e maus tratos
com gados, abalando drasticamente a economia da província. Os holandeses
queriam atacar a cidade de Salvador e se estabeleceram no território de Sergipe
em busca de uma estratégia para a investida.
Em 1696, finalmente Sergipe conquistaria a independência,
mas por muito pouco tempo. Separada da Capitania da Bahia, foram fundadas as
vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo
Amaro das Brotas. Entretanto, com o desenvolvimento da província, a Bahia
reivindicou a autonomia de Sergipe, o que causou inúmeros conflitos.
Somente em 1820 o rei D. João VI assinou um decreto que
isolou Sergipe da Bahia. O brigadeiro Carlos César Burlamárqui foi nomeado o
primeiro governador do estado. Apesar dos conflitos com os baianos continuarem,
a independência do Brasil em 1822 deu a condição de estado independente ao
Sergipe e, a partir de então, iniciou-se um longo processo de desenvolvimento
com a produção e exportação de cana-de-açúcar e criação de gado. Em 1855, a
capital sergipana foi transferida para o povoado de Santo Antônio de Aracaju,
considerada uma das primeiras cidades planejadas do Brasil com suas ruas
direcionadas às margens do Rio Sergipe.
Sergipe também foi palco de diversos movimentos republicanos
e abolicionistas. Estas insurgências tomaram força na cidade de Laranjeiras,
onde foi enforcado um dos líderes quilombolas João Mulungu no século XIX.
A capital Aracaju se tornou um importante centro do
movimento republicano, principalmente com a disseminação das ideias liberais do
jornal O Laranjense.
A primeira Constituição sergipana foi promulgada em 1892,
tornando-o um dos Estados da Federação Brasileira. O nome Sergipe é de origem
tupi, que significa “rio dos siris”.
Localizado na região Nordeste, Sergipe é o menor estado do
país e tem uma população estimada de 2,01 milhões de habitantes.
Fontes:
http://www.wagnerlemos.com.br/apostilahistoriadesergipe.pdf
http://sergipeeducacaoecultura.blogspot.com/2007/10/histria-de-sergipe.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipe
Textos e imagem reproduzidos do site: infoescola.com
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