Publicado originalmente no site EFECADE, em 1 de fevereiro de 2013.
Município de Aracaju.
Após o descobrimento do Brasil, em 1500, a situação em
algumas áreas da nova colônia de Portugal era a de um verdadeiro estado de
guerra. A necessidade de conquistar a faixa territorial que hoje compreende o
Estado de Sergipe, e acabar com as lutas contra índios, franceses e negros que
não aceitavam o domínio português, era de extrema urgência para o trono.
O local onde hoje se encontra o município de Aracaju era a
moradia do temível cacique Serigy, que se destacou pela resistência aos
conquistadores portugueses. Segundo Clodomir Silva, no “Álbum de Sergipe”, de
1922, ele dominava desde as margens do rio Sergipe até às do rio Vaza-Barris.
Em 1590, Cristóvão de Barros (filho de Antonio Cardoso de Barros, devorado
pelos índios caetés juntamente com o bispo Pero Fernandes Sardinha), um
personagem histórico português que fez parte da colonização brasileira, atacou
as tribos de Serigy e de seu irmão Siriri, matando os dois. Foi ele quem
fundou, em 1° de janeiro de 1590, a cidade de São Cristóvão (mais tarde capital
da província) junto à foz do Rio Sergipe.
Muito mais tarde, a pequena São Cristóvão já não mais
oferecia as condições necessárias à uma sede administrativa. A pressão
econômica do Vale da Cotinguiba – maior região produtora de açúcar da província
– em busca de um porto que permitisse melhor escoamento de seus produtos,
resultou, em 1855, no nascimento de Aracaju, nome que na língua indígena
significa cajueiro dos papagaios (a palavra é composta por dois elementos: ará
– papagaio -, e acayú – fruto do cajueiro).
As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias
doadas a Pero Gonçalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilômetros de
costa que iam da barra do rio Real à barra do rio São Francisco, onde em todas
as margens do estuário não existia uma vila sequer, sendo encontrados apenas
arraiais de pescadores. Há notícias de que às margens do rio Sergipe, em 1609,
existia uma aldeia chamada Santo Antônio do Aracaju, cujo capitão era o
indígena João Mulato.
Voltada para as margens do rio Sergipe e Vaza-Barrís, a área
do antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju foi escolhida em 1853 para
receber a nova sede do governo, graças aos esforços do então presidente da
província, Inácio Joaquim Barbosa. e de João Gomes de Melo, primeiro e único
Barão de Maruim. Localizada numa região de pântanos e charcos, seu projeto
desafiou a capacidade da engenharia da época.
O desenho urbano de uma das primeiras capitais brasileiras a
ser planejada foi elaborado por uma comissão de engenheiros liderada por
Sebastião Basílio Pirro, e consistia em um projeto que traçava ruas em linha
reta formando quarteirões simétricos lembrando um tabuleiro de xadrez. Até
então, as cidades existentes antes do século 17 adaptavam-se às condições
topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O
engenheiro Pirro contrapôs essa irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos
primeiros exemplos de tal tendência geométrica.
Mas somente em 1865 a cidade se firmou. Era o término de uma
década de lutas contra o meio físico, e contra uma série de adversidades
políticas e sociais. A partir deste data ocorreu um novo ciclo de
desenvolvimento, que durou até os primeiros anos após a proclamação da
república. Em 1884 surgiu a primeira fábrica de tecidos, marcando o inicio do
desenvolvimento industrial. Em junho de 1886, Aracaju já possuía uma população
de 1.484 habitantes, além de imprensa oficial e algumas linhas de barco para o
interior. Em 1900 foi iniciada a pavimentação com pedras regulares, e
executadas obras de embelezamento e saneamento. Em 1908 foi inaugurado o
serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 chegou a vez dos
esgotos sanitários e da estrada de ferro. Em 1900 inicia-se a pavimentação com
pedras regulares e são executadas obras de embelezamento e saneamento. As
principais capitais do país sofriam reformas para a melhoria da qualidade de
vida dos habitantes.
Aracaju já se encontrava estabilizada nos anos 70.
Cidade de porte médio, sem problemas de segurança nem infra-estrutura, boa densidade
demográfica, belas praias e um povo simpático e de bem com a vida. Alguns
turistas acidentais começavam a visitá-la, muitos desembarcavam na cidade por
curiosidade e acabavam ficando – há vários casos de estrangeiros morando em
Aracaju após uma paixão arrebatadora pela cidade. O turismo não era explorado
profissionalmente e somente em 1977 foi criada a EMSETUR – Empresa Sergipana de
Turismo. Até o início dos anos 80 pouca coisa havia sido feita em prol do
desenvolvimento do turismo sergipano, mas uma grande guinada estava para
acontecer.
O governo despertou para a grande indústria e as obras de
infra-estrutura turística começaram a ser realizadas. Aracaju recebeu hotéis de
nível e teve sua orla na praia de Atalaia construída, o que hoje constitui o mais
importante cartão-postal da cidade. Rodovias foram implantadas para facilitar o
acesso ás praias dos litorais sul e norte; e além de outros equipamentos
turísticos instalados, um grande trabalho de catalogação das potencialidades
foi feito, aliado á divulgação nos principais veículos do pais.
Segundo o Censo do IBGE, em 2010 Aracaju, com uma área
global de 181,856km2, abrigava uma população de 571.149 habitantes (265.484
homens e 305.665 mulheres)
Fonte: Prefeitura de Aracaju – www.aracaju.se.gov.br
Texto reproduzido do site: efecade.com.br/aracaju
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